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terça-feira, 11 de março de 2025

O MELHOR AMIGO – em harmonia colorida | CRÍTICA

Vinicius Teixeira em O MELHOR AMIGO
 

Há um grande desejo no cinema queer em se desvencilhar de narrativas tristes e finais nada favoráveis aos protagonistas, ainda que a recente investida na abordagem do "amor líquido" demonstre ser uma temática já em desgaste a partir de títulos (13 Sentimentos, por exemplo) que poderiam entregar um escape mais catártico para essa realidade. O que antes não faltavam narrativas patológicas reservando desfechos infelizes aos protagonistas, agora, o maior problema é encontrar um parceiro ideal enquanto se reveza entre relações frívolas. Se O Melhor Amigo acaba batendo nessas mesmas teclas atuais, são os seus elementos diferenciais que tornam a narrativa divertida de acompanhar.


sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

EMILIA PÉREZ – não é todo o diabo que pintaram, mas… | CRÍTICA

Karla Sofía Gascón e Zoe Saldaña em EMILIA PÉREZ

 

Como pode Emilia Pérez ser um filme tão premiado em sua jornada iniciada no Festival de Cannes ao mesmo tempo em que se tornou alvo de ojeriza (desde já, muito que justificada, em partes) da comunidade cinéfila, ainda mais com suas 13 indicações ao Oscar? Candidato francês para o Oscar de Melhor Filme Internacional, porém falado em espanhol e "situado" no México, o longa assinado por Jacques Audiard (mais conhecido por Ferrugem e Osso) revela ter uma boa disposição em querer se desvencilhar das mesmices dramáticas que sua história poderia ser conduzida, mas sua gana por virtuose é tanta que acaba se esquecendo de ter maior sensibilidade com os temas que decide abordar.


quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

QUEER – errado é passar vontade | CRÍTICA

Daniel Craig protagoniza QUEER

Paira um grande mal sobre toda pessoa que integra a comunidade LGBTQIA+ quanto a iminente chegada da velhice e, com isso, as chances altas de encarar essa última etapa da vida em solidão e o que tudo mais vem a acarretar. Se a solitude até mesmo na meia-idade continua sendo um estigma na contemporaneidade, para uma época remota em que diversidade sexual era por demais desdenhada, Queer demonstra que viver em uma marginalidade sexual no alto do conservadorismo da década de 1950 era também uma caça a fim de encontrar o amor ideal mesmo que na improbabilidade dos cenários de bares noturnos e quartos baratos.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

13 SENTIMENTOS – mais do que a vontade de pegação | CRÍTICA



Lembro bem das reações mistas que Hoje Eu Quero Voltar Sozinho teve em sua estreia, ainda que, quando finalmente pude conferir o longa de estreia de Daniel Ribeiro, não compreendi as tantas queixas que meus colegas de crítica queriam apontar no filme cujo êxito de público (a ponto de ser lançado até em Blu-ray) se dava pelo bom retrato de uma nova geração LGBTQIA+ alheia às preconizações no passado do Cinema Brasileiro. É também um fato quase que inaceitável que o cineasta tenha levado uma década para projetar seu segundo longa-metragem (tivemos uma pandemia no caminho, claro), mas há algo de muito bom neste 13 Sentimentos que o faz síncrono para uma geração adulta… e um espelho do que é tentar vingar como cineasta neste país.


sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Longa brasileiro PEDÁGIO concorre a vaga para disputar Oscar; assista ao trailer


 

A Paris Filmes divulgou o trailer de Pedágio, segundo longa-metragem da diretora Carolina Markowicz. O filme está entre os seis finalistas escolhidos para concorrer à única vaga brasileira de filme internacional na próxima edição do Oscar.

Estrelado por Maeve Jinkings e Kauan Alvarenga, o segundo longa-metragem da carreira da diretora vem trilhando uma relevante carreira internacional. Pedágio estreia nesta sexta (8) no 48º Festival de Toronto (7 a 17 de setembro) – a única produção brasileira de ficção nesta edição do evento – e também entrou na seleção do Festival de San Sebastián (22 a 30 de setembro).

terça-feira, 7 de junho de 2022

Os Primeiros Soldados | CRÍTICA (11° Olhar de Cinema)



Os Primeiros Soldados se passa na cidade de Vitória (ES), onde um grupo de jovens LGBTQIA+ celebra o réveillon de 1983 sem ideia do que se avizinha. O biólogo Suzano (Johnny Massaro) sabe que algo de muito terrível começa a transtornar seu corpo.

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

BENEDETTA – a tentação do êxtase | CRÍTICA

 


Tornou-se um hábito esperar de Paul Verhoeven filmes não menos do que polêmicos tamanho despudor para a erotização – e é fato que Showgirls, seu melhor pior filme, ainda seja debatido por cineclubistas que gostam de equiparar a biomecânica da stripper com RoboCop. Passados 5 anos desde que Elle também causou alvoroço, o veterano cineasta holandês encontra na história (dita) verídica contada no livro de Judith C. Brown mais um tema para pirraçar os valores da Igreja Católica. 


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Deserto Particular | CRÍTICA


A masculinidade heteronormativa é um caso estranho. Entre constantes necessidades de autoafirmação, recorre-se a qualquer coisa, roupa, ato, profissão para reforçar o gesto de macho – e há quem tenha acreditado que votar em um certo candidato anos atrás também contribuiria nessa imagem. Mas um homem quando está apaixonado é capaz de desmoronar e deixar todas essas poses de lado para conseguir o que quer, algo que Deserto Particular se debruça em mostrar os homens hesitantes do Sul ao Nordeste do país.


quarta-feira, 2 de junho de 2021

VERÃO DE 85 – a intensidade do amor juvenil | CRÍTICA

Félix Lefebvre e Benjamin Voisin em VERÃO DE 85
 

A filmografia de François Ozon é repleta de títulos que tendem a se debruçar sobre o desenvolvimento de relações (muitas delas, amorosas) cuja intensidade há de ter um preço no final. Década que ainda reverbera no gosto popular graças a sua profusão artística que tanto lançou hits musicais e filmes de aventuras inesquecíveis, além de estilos de vida impulsionados por uma sociedade consumista conferindo uma nostalgia até mesmo para aqueles que sequer a vivenciaram, a impressão gerada por Verão de 85 é que não havia época melhor para curtir a vida e, assim, permitir se apaixonar acima de qualquer tabu.


quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Para Onde Voam as Feiticeiras | CRÍTICA


Para Onde Voam as Feiticeiras
é o filme que dá o pontapé inicial para a 9ª edição do Olhar de Cinema, o Festival Internacional de Cinema de Curitiba. Com um misto de debate, performance e ativismo, a obra de Eliane Caffé (responsável pelo filme Era o Hotel Cambridge), co-dirigida por Beto Amaral e Carla Caffé traz as chamadas "minorias" da sociedade para os holofotes. É inevitável fechar os olhos e ouvidos às intervenções feitas pelo grupo LGBTQIA+ no centro da cidade de São Paulo.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Rafiki | CRÍTICA


Em um tratamento convencionalmente romântico, a trama por trás de Rafiki parece até coisa shakespeariana, a julgar pelo típico conflito do amor crescente entre jovens de famílias rivais que acabam sofrendo as consequências de um ódio externo. Situado no Quênia, que ainda se guia pelo que se está "escrito na Bíblia", o segundo filme da diretora Wanuri Kahiu demonstra como a homoafetividade se contorce em busca da felicidade naquela nação africana.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Indianara | CRÍTICA (8º Olhar de Cinema)


Engana-se quem pensa que política se faz de dois em dois anos – qualquer ato em si já se faz um gesto político quando é preciso defender e, muitas vezes, gritar por uma causa. Mulher trans com passado na prostituição nas ruas, Indianara hoje é reconhecida por ser uma forte ativista no Rio de Janeiro pela causa LGBT e por se tornar uma madrinha para muitas e muitos abrigados na chamada Casa Nem. 

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Mostra Pequenos Olhares - Jovem (8º Olhar de Cinema)


Dando largada a mais uma cobertura do Olhar de Cinema - Festival Internacional de Curitiba, que chega a sua 8ª edição com uma organização afiadíssima e atividades que celebram a vida e o cinema em todos os seus aspectos, meu primeiro dia de evento correu por fora da Mostra Competitiva, direcionando minhas atenções para a programação rolando no novo e mui aconchegante Cine Passeio.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Aquele Casal | CRÍTICA


Excetuando minhas considerações acerca dos curtas integrantes de uma sessão da Mirada Paranaense no 7º Olhar de Cinema, não é sempre que tenho a oportunidade de prestigiar e também criticar as produções daqueles que foram meus colegas de curso num passado recente ou já distante – ainda que exista um certo estigma sobre um texto quiçá parcial ou um receio por conta de desinteresse do público e (como já vi acontecer) dos próprios realizadores. 

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Rocketman | CRÍTICA


Quem é Elton John por trás dos trajes bufantes e das inúmeras armações de óculos que o tornaram em um dos astros do rock inglês mais talentosos e icônicos de sua geração com seus tantos hits de arranjos enérgicos e apaixonantes? Se houve uma época em que documentários biográficos com seu formato tão convencional davam conta do recado até a década passada, no máximo, detalhando aí a trajetória e segredos da vida do músico com entrevistas e imagens de arquivo, não seria coincidência que a retomada de premiados filmes musicais somados a demais ficcionais sobre artistas levassem ao caminho auto-consciente, colorido e dramático visto com toda a pompa em Rocketman.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Conquistar, Amar e Viver Intensamente | CRÍTICA


É interessante notar que, pelo menos no circuito brasileiro, o ano de 2018 começou e se encerra com dois filmes franceses que passaram pelo Festival de Cannes e que também partilham de temas similares – relações homoafetivas e sorodiscordantes em pleno início da década de 1990, quando alegrias e sonhos eram interrompidos com os efeitos devastadores da AIDS. Assim, se 120 Batimentos Por Minuto conferia um estilo semidocumental ao retrato dos jovens militantes do Act-Up daquela época, Conquistar, Amar e Viver Intensamente preocupa-se em ser uma grande crônica que esbanja intelectualismos culturais nem sempre orgânicos à narrativa.

segunda-feira, 26 de março de 2018

Com Amor, Simon | CRÍTICA


Filmes como o curta-metragem In a Heartbeat e o nacional Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (muito que impulsionado pelo seu curta original) provaram que não há nada de mal e promíscuo em contar uma história de primeiro amor entre jovens do mesmo sexo, tornando-se um meio de incentivo para a auto-aceitação e a compreensão (sobretudo familiar) que ainda estão longe de atingir um patamar ideal quando se trata de respeito. Enquanto incomodados dizem que é coisa de "militância" que quer acabar com a "família tradicional", produções afora ganham prêmios e até mesmo Oscars por seus devidos méritos, tratando tal diversidade com honestidade ao contrário de investir em figuras estereotipadas de mau gosto que ainda se vê por aí. Assim, embora Com Amor, Simon faça sua estreia neste cenário bastante propício para a temática, sua proposta está mais inclinada para um típico teen movie do que um autêntico representante do cinema queer.

domingo, 21 de janeiro de 2018

Me Chame Pelo Seu Nome | CRÍTICA


Ter uma experiência imersiva no cinema atualmente virou sinônimo de uma sessão embalada com telas maiores, projeção 3D, sistemas de som multicanais e/ou com quaisquer outros aparatos tecnológicos a fim de estimular o espectador a pagar um ingresso justamente para se ter o máximo de sensações propostas pelos filmes exibidos que, apesar desses tantos e encarecidos atrativos, acabam se esquecendo do que lhes deveria ser o primordial. Exceção a tal padrão mercadológico, Me Chame Pelo Seu Nome é um ótimo exemplo de como uma narrativa bem lapidada pode ser tão envolvente a partir de seu profundo exercício de empatia e de sua ambientação idílica que convergem em um completo resgate de uma época cujas entrelinhas de sua marcante expressão cultural ainda escondiam sentimentos reprimidos, fazendo desse conto de amor um retrato intenso e apaixonante por merecer.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

120 Batimentos Por Minuto | CRÍTICA


Ausente de indicações para Melhor Filme Estrangeiro no Globo de Ouro e até mesmo nos semifinalistas do Oscar, 120 Batimentos Por Minuto recebeu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2017 e a aprovação de um emocionado Pedro Almodóvar justamente pelo retrato intenso com que o diretor Robin Campillo faz da resistente militância dos ativistas franceses do grupo ACT UP no início da década de 1990. Entre ecos de preconceitos e burocracias conservadoras, o longa não poupa esforços ao mostrar a vida de integrantes do coletivo que, apesar do medo avassalador causado pela AIDS, jamais deixou de batalhar pela sobrevivência própria e pela de seus combalidos iguais.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Uma Mulher Fantástica | CRÍTICA


Falar de diversidade sexual no cinema se tornou uma das novas portas de entrada para cineastas estreantes que, assistidos pelas curadorias de festivais em busca de programações distintas do circuito comercial, apresentam aí retratos peculiares e introspectivos de suas personagens em uma hibridização onde a empatia reforçada pelos eventos da ficção expõe a rotina de discriminações enfrentadas diariamente pelas pessoas em questão, seja na rua, no âmbito familiar ou, para piorar, quando a religião teima em ditar sobre o corpo alheio. Necessário enquanto filme denúncia e ganhador dos prêmios do Júri Ecumênico, de Melhor Roteiro e Teddy (voltado à temática LGBT) no Festival de Berlim, Uma Mulher Fantástica demonstra que a aceitação é uma das maiores provas de amor existentes.