Relendo as minhas considerações para a primeira parte de Duna, é provável que o calor de Arrakis tenha me deixado emocionado demais ao tecer tantos elogios para um filme que, passada uma revisão recente, dá um pouco de razão a comentários quanto a uma certa inação que a narrativa deixa passar enquanto se preocupava em estabelecer esse universo que Frank Herbert escrevera com imenso fascínio e que merecia tamanha apresentação cuidadosa. Agora, em sensação de completude ao entregar as peças que faltavam, Duna: Parte 2 realiza uma escalada definitiva ao épico ao conciliar tão bem seus elementos fantasiosos com todo o seu contexto geopolítico que, especulado há mais de cinquenta anos em papel, se torna muito mais alusivo nas atuais circunstâncias.