quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Trama Fantasma | CRÍTICA


Mestre de um cinema formalista em lamentável extinção no amplo circuito, Paul Thomas Anderson é um cineasta que se preza em levar a arte e a técnica a patamares próximos da perfeição com um histórico de filmes que, de dramas intensos a comédias insanas, sempre obteve ressalvas mínimas e um apreço crescente do espectador refinado à parte de um costumeiro baixo reconhecimento nas temporadas de premiações. Tomado por um interesse pela haute couture após rodar Vício Inerente, o diretor e roteirista tece em Trama Fantasma uma incomum e sufocante história de amor cujas relações complexas só tendem a engrandecer tamanha elegância de um filme que fascina por sua ode, em amplo espectro, à moda antiga.

Lançamentos do Streaming: Candidatos europeus ao Oscar 2018 estão disponíveis


Enquanto que os maiores lançamentos dos indicados ao Oscar 2018 ainda ocupam as salas dos cinemas pelo país, é possível conferir a partir desta quinta-feira (22) três filmes que disputam os prêmios de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Documentário nas principais plataformas de streaming on demand em tempo da cerimônia a ser realizada na noite do dia 4 de março.

Pequena Grande Vida | CRÍTICA


Alexander Payne é, ou costumava ser, aquele tipo de cineasta que Hollywood adora colocar em voga por sua habilidade de contar histórias mundanas com um toque particularmente especial que, aliado a grandes atores do momento, também revela e resgata talentos ao longo de suas obras que não tardam a cativar seu público. Oscarizado duas vezes na categoria de Melhor Roteiro Adaptado por Sideways - Entre Umas E Outras e Os Descendentes, foi estranho notar a ausência do diretor no páreo da temporada de ouro desde que lançara o agradável Nebraska, ainda que tenha produzido uma ou outra coisa durante seu hiato de quatro anos interrompido agora com Pequena Grande Vida, o que, provavelmente, é seu conto mais grandioso e excêntrico até então.

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Pantera Negra | CRÍTICA


Em fase de celebração por sua bem-sucedida primeira década de atividade desde que lançara Homem de Ferro nos cinemas, o Marvel Studios se tornou referência de cinema de entretenimento para o grande público aliado ao carisma de seu elenco de primeira linha e com suas histórias acessíveis que dificilmente desrespeitaram os fãs de longa data do cânone dos quadrinhos. Afora todos esses elementos contribuintes para o estabelecimento de uma fórmula de narrativa que, passados mais de quinze longas-metragens, dá sinais de saturação por se ater com inerência a uma estrutura tão parecida, este grande projeto cinematográfico capitaneado por Kevin Feige também foi audacioso em escalar ótimos atores negros para personagens originalmente caucasianos (o Nick Fury de Samuel L. Jackson, o Heimdall de Idris Elba, o Barão Mordo de Chiwetel Ejiofor, a Valquíria de Tessa Thompson) enquanto se preparava para introduzir seu primeiro protagonista negro e africano ao universo logo quando a representatividade é cada vez mais cobrada em peso na indústria – não se tratando apenas a ter mais atores e atrizes em cena, mas como diretores(as) e demais profissionais artísticos oriundos das minorias. Finalmente, após a aprovação pelos espectadores com seu teste em Capitão América: Guerra Civil, chegou a vez do Pantera Negra ter um filme para chamar de seu e, entrementes sua importância cultural, também traz novidades necessárias para o storytelling de seu estúdio. 

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Eu, Tonya | CRÍTICA


Em 1994, as Olimpíadas de Inverno receberam um tremendo alarde dos noticiários, mas por razões completamente distintas das quais estavam habituadas a receber pautas sobre seus medalhistas e recordes batidos. Tudo porque Tonya Harding, talento nato da patinação no gelo e colecionadora de várias medalhas de campeonatos afora e que tanto almejava um título olímpico, fora acusada de armar um plano que visava eliminar sua principal concorrente e conterrânea, Nancy Kerrigan, com um golpe desferido no joelho. Enquanto um acontecimento de circunstâncias bizarras e consequências questionáveis, não seria coincidência que a história de Tonya ressurgisse como um potencial material típico de um Oscar bait logo na efemeridade dos jogos de PyeongChang, ainda que encontre várias brechas para refletir sobre a população white trash americana e seus problemas de tópicos infindáveis.  

sábado, 17 de fevereiro de 2018

Lady Bird - A Hora de Voar | CRÍTICA


Se uma das sínteses do cinema autoral nada mais é, em poucas e simples palavras, do que uma coletânea de características de muito cunho pessoal de seu artista recorrentes em suas narrativas fílmicas, então Lady Bird há muito o que dizer sobre sua cineasta, Greta Gerwig. Desde que estrelou e co-roteirizou o descolado Frances Ha, a talentosa atriz foi ganhando apreço no circuito alternativo com títulos igualmente elogiados pela crítica até que, por fim, encontrou o espaço e a ocasião ideais para contar uma narrativa semi-biográfica que, embora contenha diversas semelhanças com o que já fora visto no que concerne os teen movies, não deixa de ser encantadora e carismática dada a honestidade que Gerwig emprega em sua bem-vinda estreia como diretora.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Maria Madalena | Novo trailer mostra uma mulher à frente do seu tempo


A Universal Pictures divulgou hoje, em lançamento mundial, o mais novo trailer do drama Maria Madalena (Mary Magdalene), longa que traz Rooney Mara no papel-título, e apresenta a jornada de uma das figuras mais enigmáticas e incompreendidas da história. 

Três Anúncios Para Um Crime | CRÍTICA


É compreensível que a impunidade continue a gerar tanta revolta na sociedade atual a julgar pelos constantes casos de corrupção e crimes fatais tratados com pouco caso por um sistema judiciário estagnado, vide seus julgamentos parciais ou ainda por seus excessos de regalias que o tornaram um tanto quanto acomodado. Das manifestações populares de motes coléricos que cobram punições imediatas e, a partir daí, elegem supostos líderes que prometem o que o povo tanto quer sem ter consciência do peso do próprio discurso e que tampouco cumpram sua cota de honestidade no dia-a-dia, ainda há uma pequena parcela que busca fazer justiça com as próprias mãos e, mesmo com tamanha coragem perante consequências inestimáveis, apenas querem fazer a diferença ou cortar o mal pela raiz. 

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Venom | Cartaz e primeiro trailer de personagem derivado de Homem-Aranha são revelados


Após os bons resultados de Homem-Aranha: De Volta Ao Lar, o ano promete ser promissor para os fãs do Teioso. Além da animação Homem-Aranha no Aranhaverso focando no personagem Miles Morales, a Sony Pictures finalmente divulgou o primeiro trailer e o pôster de Venom, um dos mais enigmáticos e complexos vilões das HQs que chegará às telas interpretado pelo ator Tom Hardy, de DunkirkMad Max: Estrada da Fúria.

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

O Insulto | CRÍTICA


Na maioria das vezes, seja na Internet, no Brasil ou no Líbano, tudo começa com um mal entendido. Numa Beirute contemporânea e em visível crescimento em contraste com a destruída Síria e a conturbada Palestina, vivem Toni Hanna (Adel Karam) e sua esposa Shirine (Rita Hayek), moradores de um prédio localizado em um bairro de população majoritariamente cristã onde ele possui uma oficina mecânica e pretendem criar sua filha, próxima de nascer. De gênio forte, Toni é também membro do partido cristão e ouvinte ávido dos discursos de Bachir Gemayel (presidente do país eleito e assassinado em 1982) a ponto de levar as palavras deste a extremos, especialmente quando Yasser Salameh (Kamel El Basha), um refugiado muçulmano trabalhando como mestre-de-obras no perímetro, decide consertar a calha da sacada do mecânico que, por sua vez, toma o ato como uma invasão de privacidade. 

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Han Solo: Uma História Star Wars | Assista ao primeiro trailer


Depois de demissões de diretores, rumores negativos, mistérios e tudo o mais, a Lucasfilm enfim divulgou o primeiro trailer de Han Solo: Uma História Star Wars após sua empolgante prévia nos comerciais do Super Bowl LII.

Arranha-Céu: Coragem Sem Limite | Assista ao trailer do novo filme com Dwayne Johnson


A Universal Pictures divulgou em lançamento mundial, o primeiro trailer de Arranha-Céu: Coragem sem Limite (Skyscraper), novo filme de Dwayne Johnson

Missão: Impossível - Efeito Fallout | Assista ao primeiro trailer


Missão: Impossível - Efeito Fallout (Mission: Impossible - Fallout) ganhou o seu primeiro trailer durante o Super Bowl 2018. O longa é produzido por Tom Cruise – protagonista da franquia –, Jake Myers, J.J. Abrams e Christopher McQuarrie, que também assina o roteiro e direção da produção.

The Cloverfield Paradox | CRÍTICA


Há dez anos, pouco se sabia o contexto por trás de Cloverfield - Monstro, dirigido por Matt Reeves e com produção de J.J. Abrams, apresentando uma Nova York sitiada por criaturas imprescindíveis, deixando um rastro de destruição registrado sob o filtro de uma câmera amadora que, até então, estava dedicada a meras filmagens de reuniões de amigos. Enquanto um exercício experimental de linguagem, há quem ainda ame ou despreze o projeto que, em 2016, trouxe em Rua Cloverfield, 10 uma continuação que, com sua trama mais próxima de um thriller psicológico, convidava o espectador a confabular sobre todo aquele universo que anunciava sua expansão, sem tardar em anunciar que seu terceiro filme tomaria o caso do acelerador de partículas como mote. O que antes fora intitulado de God's Particle, este The Cloverfield Paradox complementa e interliga seu universo ao passo em que apresenta uma boa ficção científica espacial.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A Forma da Água | CRÍTICA


Guillermo del Toro é daqueles raros tipos de cineastas que jamais se abdicaram de suas paixões para realizar bons filmes e que, por isso, se torna cada vez mais admirado justamente pela projeção de universos tão ricos em seus aspectos artísticos que, além da predileção a efeitos práticos com um toque mais artesanal, tem como aliado um competente suporte técnico sempre a favor da narrativa – tanto é que muitos até hoje não hesitariam em pagar para ver o que o diretor mexicano faria com O Hobbit. Tamanho apreço pelo cinema a ponto de se ver a todo o tempo confabulando sobre novos projetos (embora esteja longe de tê-los realizado em maioria), del Toro volta-se novamente para os seus estimados filmes de monstros a fim de tocá-los com uma nova roupagem e, subvertendo estereótipos, faz de A Forma da Água uma obra sensível e madura sem deixar de declarar seu amor pelo cinema que o trouxe até aqui e o seu respeito por todos aqueles vistos como peculiares que fazem deste mundo algo especial.