segunda-feira, 30 de setembro de 2019

O Clube dos Canibais | CRÍTICA


No idílico calor cearense, membros generalizados da elite brasileira regozijam-se em seu luxo diário: um banho de sol diante de uma piscina com direito a churrasco ou até mesmo uma festa de aniversário com direito a um tenor solando e sempre amparados por funcionários e seguranças privados. Entretanto, mesmo (aparentemente) bem casados, influentes na política e com tantos dígitos na conta bancária, os velhos burgueses são insaciáveis e, no êxtase do voyeurismo e de controversos dizeres reacionários, há quem encontre em O Clube dos Canibais uma máscara para seus fracos e um resgate aos filmes brasileiros picantes e macabros.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Hebe - A Estrela do Brasil | CRÍTICA


Em mais de uma década onde o cinema brasileiro se viu projetar pares de histórias de celebridades que tanto moldaram a cultura popular nas últimas décadas, a ideia de uma cinebiografia de Hebe Camargo vem mais do que em boa hora, ainda mais considerando todo o carisma enorme da apresentadora, falecida em setembro de 2012, que sempre encerrava as noites de segunda-feira com seus convidados ilustres e papo inteligente, porém descontraído a todos os gostos. Evitando os clichês narrativos típicos das biopics (em suma, toda aquela construção didática que costuma abordar da infância até a fase adulta da personagem), Hebe - A Estrela do Brasil encanta e também conscientiza ao fazer um conveniente recorte de um período de transições para o país e para uma mulher que sempre esteve à frente do seu tempo.

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Midsommar: O Mal Não Espera A Noite | CRÍTICA


No que tange ao Cinema de Horror, por que é preciso ocorrer a ausência de luz para que a crueldade (em suas diversas formas de ação) venha à tona? Se o vampiresco conde Orlock aparecia antes em sombra do que fisicamente perante o quarto da donzela no Nosferatu de F.W. Murnau há quase um século, o terror ganhou novas formas de apresentação e alegorias ao longo desse tempo, ainda que uma geração mais jovem de cineastas procure replicar as fórmulas do passado com o que tecnologias recentes podem oferecer – não só uma suposta melhoria nos visuais de criaturas, mas na parte técnica que vem rendendo os tantos planos-sequências e demais atributos fotográficos e sonoros que só tendem a caprichar a experiência aterrorizante, ainda que majoritariamente situada em períodos noturnos e sujeita aos mesmos estratagemas narrativos.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

IT: Capítulo Dois | CRÍTICA


Ainda seu sucesso fosse justificado pelo consumo eufórico da nostalgia oitentista de Stranger Things, a verdade é que o IT: A Coisa de 2017 foi um dos melhores (ou seria o único?) remakes que a bibliografia de Stephen King teve o privilégio de ter, ainda mais num ano em que o número de lançamentos inspirados nas obras do autor pareava com a marca do Marvel Studios. Do seu elenco e vilão de composições fascinantes, além de uma decupagem engajada, o diretor Andy Muschietti nos fez flutuar por essa aventura horripilante querendo mais e agora, em sua sequência situada vinte e sete anos depois, tais expectativas são tão atendidas que o cansaço é iminente mesmo com as ótimas novidades que nem sempre surgem com balões vermelhos.