Dominando uma década de êxitos formados praticamente por narrativas originais, o cinema de Christopher Nolan se tornou influência para outros cineastas e franquias a investirem em sequências rodadas em large-formats e, assim, multiplicando o impacto emocional em cena elevando os desafios de produção como nunca, especialmente quando a predileção por locações reais e efeitos especiais práticos comprovaram a sua eficácia logo quando realizadores passavam a ficar reclusos em estúdios optando por aparatos digitais, a priori, práticos, mas sem lá o mesmo "tato" e até verossimilhança. De fato, não só um cineasta, mas um gênero que dificilmente se deixou acomodar para se imbuir de novos desafios e para propor experiências magnéticas o suficiente para prender o espectador na poltrona de uma sala e comprovar o porquê de aquela janela ainda ser a melhor para se contar e apreciar histórias.
Afora toda as suas manifestações a favor da experiência coletiva cinematográfica, o realizador de Dunkirk e da Trilogia O Cavaleiro das Trevas nunca deixou de lado a fixação que tem pelas vertentes do tempo, seja aplicando tais conceitos na montagem de suas obras (notem que nem tudo segue em ordem cronológica senão pelo tom e ritmo dos incidentes), ou quando decide partir para discursos teórico-filosóficos a fim de demonstrar o quão impactante pode ser a diferença temporal nos casos de Interestelar e A Origem, arriscando a compreensão do espectador diante do amontoado de explicações que costuma fornecer. Ciente de todos esses aspectos, é possível afirmar que, embora seja o seu longa-metragem mais complexo até então, Tenet alça Christopher Nolan a um novo limiar de realização.