quinta-feira, 7 de agosto de 2025

DRÁCULA: UMA HISTÓRIA DE AMOR ETERNO …e muito mais fabulosa | CRÍTICA


É compreensível se irritar com a suposta falta de originalidade do cinemão comercial logo quando mais uma releitura de Drácula vem à tona em menos de um ano de intervalo com a versão de Robert Eggers para Nosferatu entre tantas outras mal fadadas tentativas que dificilmente alcançavam os pés do elegantérrimo Drácula de Bram Stoker dirigido por Francis Ford Coppola. Porém, tal como o cineasta hollywoodiano que não mede esforços em fazer seus projetos dos sonhos, temos aqui a visão e narrativa de Luc Besson para um clássico que, nas mãos certas, se torna um conto tão potente a ponto de ser algo inédito.


Boa parte deste Drácula: Uma História de Amor Eterno é marcada por aquela sensação de familiaridade tendo em vista o quão reprisado este conto trágico e assombroso do Conde mais notório da Transilvânia já fora recontado diversas vezes, no entanto, é em suas entrelinhas que a versão de Besson vai se destacando. Aqui, impera o romantismo, a predileção, de fato, por uma história de amor envolvente e que é comprovada pelo entrosamento de Caleb Landry Jones e Zoë Bleu, tornando tudo apaixonante à parte de uma certa pieguice das falas.


(Paris Filmes/Reprodução)


Besson também é astuto em fazer de seu filme uma narrativa muito mais fantasiosa do que propriamente pertencente ao terror, incutindo não só a maldição sobrenatural que é acometida ao protagonista, mas aderindo gárgulas como ajudantes de Vlad, perfumes irresistíveis e até o padre de Christoph Waltz, em seu irresistível charme explicativo, confere esse tom fabuloso que torna este Drácula muito mais divertido de acompanhar e, sim, passar a torcer pelo protagonista tamanha cumplicidade envolvida.


(Paris Filmes/Reprodução)


Unindo a direção de fotografia de Colin Wandersman e o design de produção de Hughes Tissandier, colaboradores frequentes de Besson, a grande novidade também fica com a adição de Danny Elfman e sua trilha sonora que enraiza de vez o goticismo necessário pra trama, que troca Londres por Paris nesta roupagem que, no lugar de apontar o "vampirismo" como uma patogenia, Drácula: Uma História de Amor Eterno  sugere a reflexão do quanto a guerra e (invariavelmente) a religião são os reais estopins do sofrimento através dos séculos. De fato, empaladoras de quaisquer manifestações de amor. 





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