sábado, 27 de novembro de 2021

ANNETTE – o espetáculo está acima da realidade | CRÍTICA


Annette conta a história de Henry (Adam Driver), um comediante de stand-up que desafia limites, e Ann (Marion Cotillard), uma cantora mundialmente famosa. Na ribalta, são o casal perfeito, saudáveis, felizes e charmosos. O nascimento da sua primeira filha, Annette, com uma característica especial que soa até cômica de tão bizarra.

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

CASA GUCCI – um corte antiquado | CRÍTICA

 

Mesmo com todas as suas inegáveis contribuições para o Cinema, Ridley Scott é um cineasta que gosta de ficar a par das tendências (à parte de sua ojeriza aos filmes de super-heróis) colocando-se praticamente em ininterrupta atividade. Passado o recente O Último Duelo, o veterano agora se aproxima da saga informal de cinebiografias de estilistas e grifes da alta costura que se tornaram corriqueiras nos últimos quinze anos e, quase sempre, mostrando as jornadas de uma elite que, de tão gananciosa e arrogante, acabava cavando a própria cova. De certa forma, Casa Gucci não poderia ser diferente de tal média.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

ENCANTO – fazendo a magia perdurar | CRÍTICA


Teria sido na Colômbia o berço do chamado "realismo mágico" e de tantos artistas da literatura e da música pop, mas o 60º longa-metragem de animação da Disney, por ora, não se dedica a adaptar uma obra de Gabriel García Marquez ou repetir a parceria com Shakira depois de Zootopia. Na vontade de fazer um filme sobre a América Latina, os realizadores Byron Howard, Jared Bush e a co-diretora Charise Castro Smith encontraram nas belezas naturais e na mitologia própria do país todo o clima e o mote necessários para Encanto, que só tende as expandir os méritos narrativos e artísticos do estúdio.


segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Deserto Particular | CRÍTICA


A masculinidade heteronormativa é um caso estranho. Entre constantes necessidades de autoafirmação, recorre-se a qualquer coisa, roupa, ato, profissão para reforçar o gesto de macho – e há quem tenha acreditado que votar em um certo candidato anos atrás também contribuiria nessa imagem. Mas um homem quando está apaixonado é capaz de desmoronar e deixar todas essas poses de lado para conseguir o que quer, algo que Deserto Particular se debruça em mostrar os homens hesitantes do Sul ao Nordeste do país.


quinta-feira, 18 de novembro de 2021

A CRÔNICA FRANCESA – cinefilia de encher os olhos | CRÍTICA


É impossível não gostar da filmografia de Wes Anderson. Entre títulos populares e outros intelectualíssimos, o diretor rebusca e exprime o que há de melhor no Cinema no intuito de entregar experiências que brilham nos olhos e sorrisos de qualquer bom cinéfilo que aprecia um humor afiado e um peso cada vez maior na fotografia e direção de arte. Seria surpresa dizer que A Crônica Francesa cumpre todos esses requisitos?

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

NOITE PASSADA EM SOHO – um suspense virtuoso além da estética | CRÍTICA

Anya Taylor-Joy e Thomasin McKenzie em NOITE PASSADA EM SOHO

Edgar Wright é um cineasta de mão cheia e os seus filmes comprovam isso, sendo redescobertos e apreciados por cinéfilos que valorizam histórias bem contadas (vide o resgate de Scott Pilgrim Contra o Mundo dez anos depois de seu lançamento). Numa escalada de títulos sempre surpreendentes e divertidos, desta vez, Noite Passada em Soho demonstra o amadurecimento do virtuoso diretor de Baby Driver em seu flerte com temáticas que vão além do puro gesto estético.


quarta-feira, 3 de novembro de 2021

ETERNOS – uma bem-vinda interferência de criatividade | CRÍTICA



Há pouco mais de dois anos, o anúncio do Marvel Studios em levar os Eternos aos cinemas parecia uma aposta ousada, estranha aos ouvidos do público acostumado com heróis tão populares. Talvez uma das criações mais eruditas e menos conhecidas de Jack Kirby na editora, a trama cósmica, pelo menos, já havia assegurado o interesse a partir do momento em que estrelas como Angelina JolieSalma Hayek foram reveladas no elenco ao passo em que o nome de sua diretora, até então, uma egressa das temáticas mundanas de baixo orçamento, passava batido. Com suas devidas e merecidas láureas por Nomadland adquiridas ao longo da temporada de premiações até alcançar a estatueta máxima no Oscar, porém, é perceptível como a diretora e roteirista Chloé Zhao não se cansa de nos surpreender com sua sensibilidade ímpar tendo um épico na palma de suas mãos que se prova distinto o suficiente de praticamente tudo o que foi visto no MCU até o momento.