Aos primeiros minutos de Golpe de Sorte em Paris, parte de mim entrou em uma certa crise de ansiedade ao constatar que Woody Allen, em seu primeiro filme totalmente falado em francês, estava trazendo para a tela mais um drama burguês com seus protagonistas de problemas frívolos e, ainda que tire muita graça disso, pouco da trama estava me interessando. Só que a trilha conduzida por um jazz muito do alegrinho escondia uma narrativa cada vez mais envolvente com o veterano cineasta investido em um suspense inesperadamente sombrio.