Icônico diretor visita a cidade que o inspirou e traz consigo uma ânsia por inovação aos 85 anos.
Quando um cineasta é bom de verdade, um idioma diferente não se torna um empecilho. Por vezes, pode até demonstrar um lado de sua arte que não conhecíamos mesmo com uma filmografia considerável. O Quarto Ao Lado marca a estreia de Pedro Almodóvar na direção de longas-metragens em inglês (após se aventurar com dois curtas nos anos anteriores) e vem a mostrar como o diretor toca com sobriedade os temas sensíveis que permeiam a história adaptada do livro de Sigrid Nunez sem deixar de ser artístico.
Pavor de aranha é uma coisa atemporal e universal, ainda que, de tantas abordagens na ficção, toda a fobia se torna um caso de risada por ocasionais desleixos em cena a depender da produção. Sendo assim, o que o francês Infestação (Vermines, título original) traz de novo?
Há quem tenha visto em Coringa (passada toda a euforia super-heróica de Vingadores: Ultimato em contraste com os solavancos dos filmes da DC) uma verdadeira iguaria ao acompanhar uma narrativa melancólica carregada pela performance soberba de Joaquin Phoenix como um dos vilões mais ardilosos da cultura pop em seu retrato muito do patológico. Para tantas possibilidades de sequência (considerando sua fonte riquíssima de histórias) mediante o sucesso de público, crítica e premiações, é uma pena que o oportunismo e a petulância do diretor Todd Phillips pesem ainda mais e conduzam Coringa: Delírio a Dois a uma jornada entediante e reticente em assumir as suas pretensas roupagens.