Co-produção do Níger com França e Alemanha, Zinder vem a tocar numa ferida que assola o país africano há tempos a ponto de tornar a cidade-título como uma "ovelha negra": o fato de o local ser dominado por gangues lá chamadas de "palais". Entretanto, ao contrário da figura do gângster moldado pelo imaginário do entretenimento e jornalismo por décadas a fio, os homens que integram esses grupos não podem ser vistos como assassinos tais como aqueles da máfia italiana foram pintados, mas pessoas que buscam uma chance de sobrevivência perante a aridez e o sufoco sociopolítico.
Assombrando pelo fato de o palais sair pelas ruas de moto brandindo uma bandeira com o nome Hitler e flâmulas nazistas estampadas (o nome se deu por acreditarem que o sujeito é, na verdade, um "guerreiro americano invencível"…), é uma pena, no entanto, que Zinder seja um documentário cuja forma esteja tão engessada (seria influência dos produtores internacionais?). Com um estilo antiquado a la National Geographic, até mesmo discursos comoventes se tornam dispersivos aqui.
O filme integra a programação da Mostra Competitiva do 10º Olhar de Cinema e também esteve presente no festival Visions du Réel.
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