O representante da Turquia e da Romênia na Mostra Competitiva do 10º Olhar de Cinema tem um tanto de Abbas Kiarostami, com o seu singelo Onde Fica a Casa do Meu Amigo?, e algumas similaridades com o ótimo Cafarnaum. O Protetor do Irmão (Okul Tıraşı, no original), tal como os outros títulos mencionados, vem a focar no esforço de um garoto em manter a sua alma inocente em meio a adultos tão perversos, vaidosos e gananciosos.
Dirigido e co-escrito por Ferit Karahan, além de reunir atores conhecidos para a audiência turca como Ekin Koç e Melih Selçuk, o longa é sobre um sentimento de culpa e de resiliência. Enquanto falar sobre o primeiro pode entregar detalhes da trama, o fato de o protagonista (bem como outros ali) ser do Curdistão demonstra uma política obscura do país em apagar a região por seu nome (vide a aula de Geografia) e costumes (os professores não sabem falar curdo). Mas e quando até mesmo uma ligação escondida desampara Yusuf?
Apesar das derrapadas em repetir falas (passa de uma mão as vezes em que os adultos falam que Memo não está com febre), O Protetor do Irmão cativa no desenvolvimento de seu conflito e, principalmente, por nos deixar o tempo todo ao lado do Yusuf justamente por ele não ter ninguém.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.