Traçar a história do Cinema Brasileiro é um exercício feito há tempo considerável por críticos e teóricos, mas também por cineastas que tanto se inspiraram e aprenderam com artistas de outras épocas. Do importante resgate histórico (ainda mais passado o incêndio na Cinemateca), o espectador ganha mais uma boa aula com O Bom Cinema.
Servindo como uma continuação indireta de Cinema Novo, de Eryk Rocha, o documentário de Eugenio Puppo faz uma colagem interessantíssima do fenômeno sessentista que nos rendeu tantos cineastas que tanto contribuíram para a identidade pluralista de nossa cinematografia. Viemos a conhecer que uma das primeiras escolas de cinema em São Paulo criada por um padre jesuíta teria sido por influência do Papa Paulo VI e sua crença na justa expressão que dá nome ao filme. De lá, egressos notórios que tiveram aulas com ninguém menos do que Luis Sergio Person (São Paulo S.A.): José Mojica Marins, Carlos Reichenbach, Rogério Sganzerla, Maurice Capovilla entre outros profissionais ilustres.
Na montagem emocionante que estabelece contendo trechos divertidos de filmes daquela turma, há uma ênfase considerável nas falas de Carlão dadas por entrevistas em programas de TV e outros materiais. Apesar de todo o cenário político, para eles, parecia um momento de esperança onde cada um buscava fazer seu cinema carregado de pensamentos dentro do que era possível. Enfim, tal como David Neves e amigos foram bater na casa de um dos mestres do Cinema Brasileiro para fazer Mauro, Humberto, quisera O Bom Cinema falar de mais cineastas além dos já conhecidos (o país precisa saber mais sobre Helena Solberg e outros além do eixo), mas o seu fascínio pela dita sétima arte local é onipresente!
Filme assistido na mostra Exibições Especiais do 10º Olhar de Cinema.
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