quarta-feira, 5 de novembro de 2025

PREDADOR: TERRAS SELVAGENS – entretenimento furioso | CRÍTICA

 

Em assumida crise de filmes da Marvel Studios (além do medo de não saber o que fazer com Star Wars), ter finalmente demorado o seu olhar em franquias como Alien e Predador parece ter sido a decisão mais certeira da Disney desde a aquisição da Fox, especialmente quando as produções recentes dessas propriedades intelectuais despontaram com narrativas que fugiram dos temíveis reboots e trataram de expandir seus universos além do que já foi visto. Sendo assim, Predador: Terras Selvagens segue em estender as possibilidades de criação com um dos caçadores mais letais do cinema, porém, com uma aventura que vale cada segundo visto.


Assumindo a direção da franquia pela terceira vez seguida, Dan Trachtenberg sabe bem o que tem em mãos e, de início, acerta em colocar quem dá título ao longa como o real protagonista ao invés de mais dramas enfadonhos e previsíveis de humanos no espaço. Ao circundar Dek (Dimitrius Schuster-Koloamatangi), um caçador da raça Yautja em vias de obter seu manto, mas considerado fraco pelo próprio clã/família, a trama parte para o temível planeta Genna, onde poderá recuperar a sua honra caçando uma criatura tida como imbatível.

(©20th Century Studios/Divulgação)

Para quem nunca viu o longa original de 1987 por completo, minha experiência com este Predador foi de empolgação constante – tipo quando vi Mad Max: Estrada da Fúria pela primeira vez e precisei assistir muito mais. Há uma ênfase certeira em privilegiar a ação e em sua escala, revelando perigos cada vez maiores e constantemente inventivos (comparações com fases de game serão recorrentes), todavia alguns duelos entre os Yautjas detêm uma coreografia confusa com os personagens dando piruetas em closes e uma fotografia mais escurecida nesses momentos possivelmente para abafar essa breve ressalva.

(© 20th Century Studios/Divulgação)

Por falar em fotografia, existe aqui um trabalho caprichado de composição que não só enaltece e transforma as locações da Nova Zelândia nesse cenário alienígena, como também planos que valorizam a profundidade de campo (o buraco no tronco de um inimigo revelando o atirador ao fundo, por exemplo), revelando uma direção pensante que tornam as sequências visualmente sempre atrativas com efeitos visuais que em nada fazem feio. Com som potente e música exótica, é uma imersão completa, irresistível e, quem diria, muito bem humorada.


Se o protagonista tem uma carranca que assusta, entretanto, com a decisão de exibi-lo quase nunca com máscara a fim de destacar mais suas expressões visuais, é a adição de Elle Fanning como sintética da Weyland-Yutani que resulta num lado cômico funcional à franquia, justamente por trazer uma exposição que, se até parece didática, coincide com os propósitos da personagem em sua interação com Dek.


Elle Fanning em PREDADOR: TERRAS SELVAGENS
(© 20th Century Studios/Divulgação)


Com duração que não se enrola, Predador: Terras Selvagens (Predator: Badlands, no original) é um entretenimento furioso que atiça a vontade de caçar todos os filmes anteriores e, assim, ver de uma tacada só.


Assista ao trailer:



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