Passada a experiência traumatizante de Turma da Mônica Jovem: Reflexos do Medo, a estreia de Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é uma lufada de entretenimento certeiro enquanto se faz uma nova versão de um dos personagens mais queridos criados por Mauricio de Sousa. Com produção caprichada, a aventura interiorana diverte por sua ode a imaginação infantil enquanto revive o legado de um dos gêneros mais icônicos do Cinema Brasileiro.
(© Paris Filmes/Mauricio de Sousa Produções/Reprodução) |
Ao passo em que esse retrato de infância solar é, de fato, algo positivo para a narrativa, investindo até em uma locução pelo protagonista que vem a conversar diretamente ao espectador, há, por outro lado, o fator de que o conflito da trama é retratado de uma forma ingênua até demais. Todavia o longa seja direcionado para crianças, as motivações do Dotô Agripino (Augusto Madeira) soam superficiais perante o impacto ambiental que pretende causar a não ser o fato que Chico vai ficar sem a sua goiabeira favorita – de qualquer forma, é curioso como os adultos parecem coniventes a favor do dito "progresso". Até mesmo a sequência com Taís Araújo, que investe em um lado metafísico, é prejudicada pelo uso de personagens em 3D que não parecem lá muito funcionais pra trama.
(© Paris Filmes/Mauricio de Sousa Produções/Reprodução |
Apesar da trilha sonora incessante (sem ser emblemática), penso que a aventura deste Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa repagina o arquétipo do caipira há tanto consagrado por Mazzaroppi e o que havia de mais icônico no humor das antigas comédias aliando com o sentimento já difundido pelas títulos cinematográficos da Mauricio de Sousa Produções: um estímulo às brincadeiras, às risadas pelas trapalhadas e a vontade de proporcionar felicidade.
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