De tempos em tempos – e isso, acho, tem uns cem anos –, todas as narrativas envolvendo androides no cinema acabam revelando figuras que fogem do controle de sua criação e estimam por maior liberdade, apesar dos caminhos e atitudes contraditórias que tomam contra a humanidade (que até faz por merecer, dependendo do caso). Foi assim com Metrópolis, Blade Runner, O Exterminador do Futuro, Ex-Machina, a série Westworld (em sua expansão do filme da década de 1970) e tantas outras obras que repetem esse paradigma, buscando algum tipo de originalidade apesar de artifícios quase sempre repetidos. Alçando estilo, Acompanhante Perfeita aposta em sua roupagem romântica para encobrir ressalvas.
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(© Warner Bros./Divulgação) |
A trama de Companion (título original) se favorece quando adiciona flashbacks como camadas, o que só aumenta a intriga que se intensifica, mas, ainda assim, a narrativa foi me deixando bem entediado por motivos que só aumentavam. Os coadjuvantes desinteressantes de falas genéricas e piadas à toa, a tendência sádica pela violência e as próprias motivações da dupla protagonista, apesar de esforçados, faz com que todos os incidentes culminem mais numa dinâmica gato e rato do que qualquer outra solução mais audaciosa.
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(© Warner Bros./Divulgação) |
Prometendo mais em sua divulgação charmosa do que a sua entrega, Acompanhante Perfeita tem lá seu charme e alguns momentos icônicos, mas me parece que faltou aquele um toque apimentado de verdade aquele temor pela tecnologia que estremece em qualquer ocasião …ou será que é porque, cada vez mais, as big-techs e seus magnatas da realidade já estão fazendo esse papel?
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