Talvez o requinte estético das fitas mais recentes da Blumhouse e (sobretudo) da A24, sem se esquecer da franquia Invocação do Mal, tenham tornado o terror um gênero em que é preciso cada vez mais um capricho cinematográfico para tornar a obra interessante – o susto só não vale, é preciso assombrar com uma beleza peculiar por mais que o roteiro nunca lá seja grande coisa. Sem esmero nem peculiaridades, O Ritual não tem nada a oferecer ainda mais quando repete a trama batida de exorcismo da forma mais chata possível.
A operação de câmera é irritante e a fotografia é feia demais, digna de um telefilme chinfrim que não teve verba para pagar por color grading. Chega a ser bizarro como a câmera torna a empregar leves zoom in nos personagens em câmera na mão bem a la The Office, como se isso fosse garantia de amplificar a tensão que, mesmo intensificada (em tese) a cada ritual, nunca é lá impactante. O uso de efeitos sonoros é por demais manjado e as olhadas para o relógio só aumentam.
Se o perigo já residia no fato de o título ser tão genérico, ainda assim, O Ritual contém alguns detalhes que poderiam lhe fornecer um caminho melhor, mas não o faz, tendo que Al Pacino carregar a obra nas costas por um pingo de credibilidade. No fim, parece bem aqueles filmes de universitários cheios de soberba em sua pretensão, mas que estão longe de comprovar alguma destreza.
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