terça-feira, 10 de janeiro de 2023

I WANNA DANCE WITH SOMEBODY: A História de Whitney Houston | CRÍTICA

 Naomi Ackie interpreta Whitney Houston em I WANNA DANCE WITH SOMEBODY

Do mero intento em contar por imagens e sons a vida de um(a) artista de apelo popular (e, sobretudo, seus excessos que costumam sobrepor seu devido talento), não é segredo que tais biopics conduzidas de modo tão automático passaram a ser um Oscar-bait questionável por apenas se sustentar na performance dedicada do ator/atriz que ali representa com tanta garra – senão com muita maquiagem e perucas. E é mais ou menos isso que se testemunha com I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston.


Ela foi considerada a maior voz de sua geração, quebrou recordes de vendas de discos, esteve pau-a-pau com Michael Jackson em premiações e, assim conta o roteiro de Anthony McCarten (de Dois Papas e Bohemian Rhapsody), foi a primeira cantora negra a "ser aceita pelos brancos". Burocrático, mas com alguns toques sutis, I Wanna Dance With Somebody começa na icônica apresentação do American Music Awards de 1994, onde Whitney performou um de seus medleys mais emblemáticos (o qual somos devidamente recompensados posteriormente) e, não por menos, aqui, a sua biografia é também contada como um medley: trazendo os pontos altos e baixos de sua carreira, a começar por sua adolescência onde já mostrava ser um talento (todavia firulento) para o canto na igreja até a parceria de longa data com a Arista Records.

 

Teria sido o empresário Clive Davis (interpretado por Stanley Tucci) a encontrar Whitney (interpretada por Naomi Ackie) e apresentá-la às canções que a levaram ao estrelato. (Foto: © Sony Pictures/Divulgação)

Conduzido pela diretora Kasi Lemmons (Harriet), esse compilado de momentos da cantora que embalou o pop romântico entre os anos 1980 e 1990 conta com a boa atuação de Naomi Ackie (Star Wars: A Ascensão Skywalker) no papel principal e sua réplica nos gestos de Whitney, tendo como suporte um carismático Stanley Tucci como o empresário Clive Davis. Mais para intérprete (de respeito) do que para compositora, a narrativa demonstra como Houston tinha um ouvido e percepção para canções que pudessem falar por ela, mais especificamente, a sua vida afetiva logo em uma época de tantos tabus.


Trazendo mais trechos de seus sucessos icônicos do que suas execuções completas, além de uma passagem sucinta em O Guarda-Costas, é uma pena que I Wanna Dance With Somebody, passada a virtuose artística com que Baz Luhrmann entregara com Elvis no mesmo ano (ou até mesmo o regular Rocketman anos antes), culmine sendo apenas respeitoso para com a cantora acima de todas as difamações que levou ao fim de sua vida. De qualquer forma, não deixa de ser um convite instigante ao legado musical de Whitney Houston a quem bem interessar.







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