A uma primeira vista, Mundo Estranho (Strange World, no original) parecia um projeto talvez incerto para os estúdios da Walt Disney Animation levando em conta o apreço pouco caloroso que Atlantis - O Reino Perdido e O Planeta do Tesouro receberam há duas décadas. De um provável receio de que o flerte gradativo com a ficção científica afaste o público (à época dos dois primeiros, dizia-se que o interesse estava, então, na animação 3D), o novo filme dirigido por Don Hall (Raya e o Último Dragão, Moana) com roteiro de Qui Nguyen (também de Raya) comprova que é possível conciliar o divertimento com uma fantasia que se deixa levar pelo fascínio pela ciência que tanto desperta a imaginação.
Jake Gyllenhaal e Dennis Quaid são as vozes originais de Searcher e Jaeger Clade. (© Disney/Divulgação) |
Conduzindo a trama com muita reverência à cultura pulp (vide as sequências ao estilo 2D e até pinturas que lembram as capas da antiga revista Heavy Metal) e às fitas clássicas de aventura com a trilha de Henry Jackman honrando os trompetes dos arranjos de John Williams, é muito interessante apontar como Mundo Estranho reitera a necessidade de se desvencilhar de paradigmas. Grata surpresa: sem relegar a segundo ou terceiro plano, a diversidade posta à frente e tratada com afeto, sem mais alardes (como bem já fizera a Pixar com Lightyear, surtos à parte). No risco narrativo de dizer algo que, em seu desfecho pode acabar contrariando, vemos o jovem Ethan explicando que não existem vilões e que a protocooperação pode ser muito que funcional.
(© Disney/Divulgação) |
Afável e entusiasmado, o resultado final de Mundo Estranho pode não entregar a incursão mais inédita do momento (apontamentos para Avatar não devem parar apenas nas criaturas), porém, só de ser guiado por caminhos narrativos tão distintos, cômicos e empolgantes, é uma experiência que vale cada minuto.
Assista ao trailer:
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