terça-feira, 10 de janeiro de 2023

ESQUEMA DE RISCO: OPERAÇÃO FORTUNE – genérico e deslocado | CRÍTICA

Novo filme de ação com Jason Statham não inova em nada e nem o pretende, mas até certa medida diverte e traz questionamentos sobre a carreira de Guy Ritchie.

Guy Ritchie é um dos diretores que surgiram na onda pós-indie dos anos 90, chamados pejorativamente de sub-Tarantinos. Com edições rápidas e uma linguagem pop foram ganhando destaque perante o cenário internacional de cinema. Foi com Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes e Snatch-Porcos e Diamantes que o diretor foi reverenciado na Inglaterra, mas sua popularidade de fato veio quando se casou com Madonna no ano de 2000 e foi o passaporte para Hollywood.

Entre subestimados como O Agente da U.N.C.L.E. e Magnatas do Crime e bombas como Revólver e Rei Arthur: A Lenda da Espada, Ritchie nunca deixou de ser aquele diretor sub-Tarantino de início de carreira, mas ainda assim participou de projetos grandes de Hollywood que fazem pouco ou nenhum sentido quando comparados com Esquema de Risco: Operação Fortune.

 

A longa parceria com Jason Statham continua aqui e a trama parece ser retirada de algum filme que você já viu. Um superagente secreto é contratado pelo governo inglês para descobrir o que um intermediador (Hugh Grant) irá vender para terroristas pelo singelo valor de US$ 10 bilhões, porém para atingir esse objetivo ele contará com a ajuda do ídolo do negociante, o ator Dany Francesco (Josh Hartnett).

Entre as críticas feitas para Guy Ritchie é a pouca ou nenhuma representatividade feminina em seus filmes, porém nesse novo projeto uma das protagonistas é Aubrey Plaza, o que não impede do filme ser machista, tratar mulheres como itens de luxo e ainda fazer piada com homens abusadores.

Se, em 2022, você vai assistir a um filme desse, com um título genérico, tendo Statham no pôster, não é esperando linhas de diálogo incríveis ou uma poesia visual do cinema romeno. Porém mesmo nessa linha de corte o filme ainda caminha um pouco abaixo, pois a mesma dupla Ritchie-Statham entregou o ótimo Infiltrado há dois anos atrás.

 

 

Aqui as cenas de ação são previsíveis e em nenhum momento você realmente acha que há uma ameaça real ao protagonista. Plaza alterna entre uma mulher genial e fetichizada, além de todos os coadjuvantes serem apagados, com exceção de Grant.

A trama não é complexa e visualmente o filme é até mais pobre do que deveria, porque todos aqui parecem estar no piloto automático, portanto não é preciso abrir muitas camadas do cérebro para que ele derreta um pouco mais ao ver esse show de testosterona.


 

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