quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A Caminho de Casa | CRÍTICA


Filmes sobre as relações de cães e seus donos se fazem há algumas décadas e, convenhamos, são sempre um caso de muitas emoções e lágrimas nos olhos, ainda mais quando se insere o fator da distância onde ambos não medem esforços para voltar a se encontrar – até mesmo depois da morte. Inspirado no livro homônimo de W. Bruce Cameron, autor das afetadas narrativas vistas em Quatro Vidas de Um Cachorro e do vindouro Juntos Para Sempre, A Caminho de Casa concentra-se em ser uma história tão comovente que chega a cansar.

Na trama, adaptada para as telas por Cameron e Cathryn Michon (Quatro Vidas de um Cachorro), conhecemos o bondoso Lucas (Jonah Hauer-King) e a vira-lata Bella que, após ser resgatada ainda filhote pelo jovem, passa a ser vista como um problema para o dono do terreno e para um funcionário do controle de animais, implicando que nenhum cão da raça pitbull possa permanecer em Denver, no Colorado. Apesar de ser adorada por muitos e alegrar Terri (Ashley Judd), a mãe de Lucas, e demais depressivos veteranos de guerra, a rigorosa lei implica na separação dos companheiros, o que faz com que o rapaz tenha de levar a cadela para a casa dos tios de sua namorada, Olivia (Alexandra Shipp), mas com o empecilho de uma distância de 600 quilômetros. Carente, Bella tenta retornar para casa confiante em seus instintos e no amor que nutre pelos seus protetores, embora sua jornada se torne mais longa e sofrida do que o esperado.


Seguindo na trilha de A Incrível Jornada e sua respectiva sequência lá dos anos noventa, embora aqui exista uma forte pegada melodramática, a história progride sob uma fotografia que valoriza os ambientes naturais por onde Bella passa, mas o que chama a atenção é o seu apontamento para vários fatores que ainda persistem ao redor do globo: desde o abandono de animais em circunstâncias precárias, a demonização aos pitbulls, os maus tratos até a caça aos animais selvagens, o filme norteia o público para a conscientização destes devidos temas, ainda que por vezes sirvam apenas como conflitos adicionais que retardam as recompensas da narrativa.


Terna e um tanto quanto abobada demais, Bryce Dallas Howard (Jurassic World) dá voz aos pensamentos ingênuos (porém muito dos carinhosos) de Bella, o que serve como um elemento expositivo em demasia, ainda que seja característico da bibliografia de W. Bruce Cameron. Além de trazer participações especiais de um ou outro rosto conhecido, como Edward James Olmos (Blade Runner), é uma pena que A Caminho de Casa se prejudique quando insiste em utilizar dublês digitais não só da cadela, mas como de um puma e uma alcateia de lobos quase que egressos da Saga Crepúsculo de tão precários em seus detalhes e movimentações.

Num todo, A Dog's Way Home (título original) é um passatempo que certamente vai mexer com todos que prezam a companhia de seus fieis amigos de quatro patas.




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