sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

As Sufragistas | CRÍTICA


Os movimentos feministas que ganharam força na década de 1960, com a liberação sexual e aperfeiçoamento dos métodos contraceptivos, se iniciaram muito antes com a busca por direitos iguais entre homens e mulheres desde o século XIX e início do XX, na chamada "Primeira Onda Feminista", incluindo a busca pelo poder de voto ou "Sufrágio Feminino".

É neste cenário que se inicia o longa As Sufragistas (Suffragette), dirigido por Sarah Gravron, narrando a trajetória de uma nova estratégia para esta conquista política que por anos tentou ser pacífica, mas foi em 1912, na busca de uma nova forma de chamar atenção para a causa, que o movimento se viu na necessidade de atingir as próprias ruas da Inglaterra com pedras e bombas caseiras, tudo para escancarar uma verdade que ainda é desprezada por muitos.

Conhecemos Maud Watts (Carey Mulligan), lavadeira desde os 7 anos que possui dedicação integral a seu trabalho e a seu marido e filho, como deveria ser. Ela mesma a princípio se assusta com estas iniciativas até então sem sentido para ela. Mas, mesmo sem pretensão inicial alguma de se envolver, ela acaba cada vez mais fazendo parte da luta até assumir sua importância perante outro direito que estava sendo contestado de somente o pai ter a guarda legítima do filho.



Duas características ressaltam na trama. Na primeira, é interessante conhecer a visão do homem em relação a todos estes acontecimentos e principalmente seu papel de marido e sua perspectiva sobre a sua mulher. A segunda é a interpretação da personagem Edith Ellyn por Helena Bonham Carter. Edith é fundamental a causa e no caso dela exclusivamente, vê-se um marido incomum para a época que a apoiava e a acobertava na sua luta, além de podermos visualizar uma outra realidade profissional a qual ela tem a chance de poder exibir com orgulho os diplomas de química na parede da sua farmácia onde ocorrem as reuniões secretas das sufragistas. 

Entre personagens verídicas como Emmeline Pankhurst (Meryl Streep) e ficcionais, As Sufragistas consegue trazer à tona uma questão que ainda se faz contemporânea (considerando que na Arábia Saudita o sufrágio feminino foi parcialmente conquistado este ano) e de extrema importância já que ainda é possível constatar na atualidade inúmeras divergências nos direitos entre os sexos. Muito tempo se passou desde o início dessa luta, mas ela ainda não chegou ao fim, sendo este filme um lembrete da força da perseverança e da união por uma causa.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.