Tenho pra mim que Estômago é um dos melhores filmes do Cinema Brasileiro. Com um conto muito do pervertido e envolvente tendo um ótimo elenco em meio a peripécias gastronômicas, Marcos Jorge (O Duelo, Mundo Cão) também reprojetou Curitiba como um polo de produções cinematográficas ao passo em que trazia esta narrativa tão icônica ainda mais se comparado ao que víamos lá pela segunda metade dos anos 2000. Talvez Estômago 2: O Poderoso Chef, sua continuação, tenha sido feito e lançado tarde demais uma vez que tudo o que é visto aqui perde o sabor ao decidir focar em uma narrativa de gênero das mais batidas.
Penso que esta minha decepção não se trata de um caso de ter ido com sede demais ao pote, apesar de curioso com o que trariam de novo para a jornada de Nonato/Alecrim (João Miguel), o que é bem recompensado com a boa e divertida relação deste com Etcétera (Paulo Miklos), mas é quando dividem a atenção trazendo o novo antagonista, o italiano Benedetto Caroglio (Nicola Siri), que tudo passa do ponto e se torna aborrecível.
No ímpeto de contar os motivos de Caroglio ter parado na prisão em pleno Brasil, o roteiro escrito por Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge se demora em uma narrativa paralela ao contar a origem do mafioso, mas não há nada de interessante aqui. A trilha sonora genérica e os detalhes redundantes da jornada, à parte do carisma que Siri empreende ao seu personagem, são extenuantes, tornando-se um alívio quando retornamos às sequências na prisão tendo Alecrim de volta ao foco. Além disso, cabe ao espectador imaginar como foi que o personagem fora preso, considerando que a causa foi apenas sugerida mediante uma ideia falada envolvendo cachaça.
No ímpeto de contar os motivos de Caroglio ter parado na prisão em pleno Brasil, o roteiro escrito por Bernardo Rennó, Lusa Silvestre e Marcos Jorge se demora em uma narrativa paralela ao contar a origem do mafioso, mas não há nada de interessante aqui. A trilha sonora genérica e os detalhes redundantes da jornada, à parte do carisma que Siri empreende ao seu personagem, são extenuantes, tornando-se um alívio quando retornamos às sequências na prisão tendo Alecrim de volta ao foco. Além disso, cabe ao espectador imaginar como foi que o personagem fora preso, considerando que a causa foi apenas sugerida mediante uma ideia falada envolvendo cachaça.
Entre atuações questionáveis (a participação de Projota) com diálogos cringe (os roteiristas ainda desenterram o meme de Luisa Marilac e traduzem para o italiano!) e efeitos visuais artificialíssimos, fica difícil pontuar o que há de bom neste filme a não ser as boas sacadas envolvendo o preparo de comidas na prisão (o macarrão que vai pra chefia com tempero errado, o preparo do bauru com vários queijos) a ponto de que nem mesmo ver nomes de conhecidos e até ex-alunos nos créditos me trouxe alguma alegria. A parte italiana é indigesta e se estende além do necessário, parecendo mais um conteúdo Netflix que ninguém pediu.
Apesar de um final aprazível, Estômago 2 apetece só com a menor das expectativas.
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