É Assim Que Acaba só poderia ser mais um artifício do mercado literário estadunidense de best-sellers efêmeros que, apesar dos sempre bem-vindos estímulos a leitura por indicações de vídeos no TikTok e outras redes, fez com que Colleen Hoover fosse a autora do momento (talvez junto com Taylor Jenkins Reed, de Daisy Jones And The Six) fazendo E.L. James (Cinquenta Tons de Cinza) e Gillian Flynn (Garota Exemplar, Sharp Objects) se tornarem figuras de um passado todavia não tão distante. A julgar pela adaptação cinematográfica, o título é mais um exemplar de narrativa de protagonismo feminino com temática contundente, porém, com uma profundidade tão insossa que faz a obra de Stephenie Meyer ser um exemplo de storytelling.
Com peso de produção Sony Pictures e protagonizado por Blake Lively (de Águas Rasas e Um Pequeno Favor, além de ex-Gossip Girl e esposa do midiático Ryan Reynolds), a trama adentra os conflitos de Lily Bloom (Lively) a partir do momento em que uma revisita à casa dos pais, a inauguração de seu próprio empreendimento e o início de uma relação com um neurocirurgião (Justin Baldoni, que assina a direção do filme) parecem se entrelaçar com um passado que deixou marcas no amor e na dor. Será que é possível se apaixonar intensamente outra vez? Será que alguns gestos foram mesmo "sem querer"?
(Sony Pictures/Reprodução) |
Dos acertos: o filme traz uma ótima seleção de músicas com artistas que vão desde Ethel Cain, Rhye, Thom Yorke, Post Malone, Lana Del Rey e Taylor Swift, o que se torna um dos pontos altos do longa ao montar uma boa elipse temporal ao som da canção "my tears ricochet" a culminar em um desfecho que demonstra como Blake Lively é uma ótima atriz ao revigorar o texto no que tange a pauta da violência contra a mulher. Um outro ponto de vista que faz de É Assim Que Acaba (It Ends With Us, no original), apesar do que não gostei na projeção, ter seu mérito de relevância.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.