quarta-feira, 7 de junho de 2023

TRANSFORMERS: O DESPERTAR DAS FERAS ...e a exaustão da narrativa | CRÍTICA


 

O lançamento de Bumblebee, há quase cinco anos, parecia demonstrar uma nova era para a então espalhafatosa franquia Transformers no cinema, fazendo do derivado um ótimo e divertido respiro passada toda a barulheira dirigida por Michael Bay em uma década. Com tamanho acerto, o anúncio da próxima sequência empolgou qualquer que acompanhou o seriadinho animado Beast Wars na virada do milênio: os Maximals fariam sua estreia no cinema! Este novo Transformers: O Despertar das Feras, no entanto, faz a alegria durar pouco ao reiterar praticamente tudo o que faziam dos filmes anteriores pra lá de cansativos.


Contando com a direção de Steven Caple Jr. (de Creed II), a trama situada em 1994 pós-Bumblebee (não é tão obrigatório ver esse antes) chama a atenção por evitar tipos de personagens que ficaram batidos nos longas dirigidos por Bay, tanto é que estranha o fato de não haver militares ao longo da narrativa (perseguição policial à parte). O foco está em Noah (Anthony Ramos), um rapaz latino morador do Brooklyn buscando um emprego para, assim, prover uma condição melhor para a família e seu irmão mais novo enfermiço. 

O diretor aproveita como pode as brechas para demonstrar a resiliência do subúrbio perante um sistema que diz ser benéfico a todos, mas, como aqui se trata de um filme de bonecos, o contexto social é relegado a um terceiro plano para dar destaque a mais uma aborrecível ameaça de destruição de planetas pelo tal Unicron. Aos impacientes, preparem-se para revirar os olhos em menos de 10 minutos de projeção!

(Paramount Pictures/Divulgação) 


Até mesmo a estimada chegada dos Maximals, com vozes de um elenco estelar formado por Michelle Yeoh, Ron Perlman e Peter Dinklage, é ofuscada para termos que aturar, mais uma vez, o chatíssimo Optimus Prime falando de voltar pra casa enquanto se disfarça de caminhão e posa de líder entre outros Autobots mais prestativos. Inclusive, Bumblebee dá espaço para que um divertido Mirage (voz de Pete Davison) se destaque e forme um bom elo com Noah, principalmente na batalha final registrada em planos longos no revezamento entre embates de heróis e inimigos em solo peruano.

 

(Paramount Pictures/Divulgação)

Sétimo episódio da franquia em live-action, chega a ser incrível pensar que Michael Bay faz falta no controle criativo. Logo quando era um de seus melhores atrativos, a projeção em 3D se torna irrelevante mesmo numa sala IMAX, a trilha sonora é qualquer coisa, salvo quando Wu-Tang Club vem à tona pra reforçar a atmosfera da época. Vale a aventura para quem está – ou dispensa – os riscos.


• Leia a crítica de Transformers: O Último Cavaleiro


Assista ao trailer:

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