domingo, 18 de junho de 2023

Toda Noite Estarei Lá | CRÍTICA (12º Olhar de Cinema)

 


Impedida de frequentar o culto de sua preferência, Mel não desiste de professar a sua fé. Toda noite, ela prepara cartazes e os leva para a porta da igreja, à espera do dia que poderá voltar a entrar.

 

Toda Noite Estarei Lá é daqueles documentários que se apaixonam pela sua personagem principal e mostram que nem mesmo os melhores roteiristas podem desenvolver personagens que a vida real nos apresenta.

Ao partir do caso em que Mel foi impedida de entrar em uma igreja evangélica de Vitória – ES, as diretoras abrem caminho para descobrirmos a vida de uma pessoa fantástica, que mesmo sofrendo com inúmeras formas de preconceito ainda possui uma certa pureza em continuar professando sua fé de maneira espontânea e íntegra aos princípios bíblicos.

Enquanto se questiona o porquê dela não escolher outra igreja qualquer de uma cidade grande, nos escondemos do real problema e passamos a evitar enfrentar quem está errado, seja por comodidade ou por facilidade, mas isso não é o que acontece com Mel, que possui um carinho por pintar frases impactantes e usa isso como forma de protesto.

O filme em si tem algumas problemáticas técnicas, uma trilha que não casa muito bem com a narrativa e até mesmo algumas escolhas de planos que não fazem muito sentido com o que quer ser passado, ao mesmo tempo em que as escolhas do conteúdo são exatamente as que deveriam ter sido escolhidas. 

A personagem principal toma a tela de um jeito que fica difícil não gostar de passar esse tempo com ela, seja em um aniversário ou em uma compra de carro, nos tornamos companheiros de Mel e isso mostra que as diretoras sabiam a potência do material que tinham em mãos. Sorte delas e sorte nossa em poder passar pouco mais de uma hora com uma pessoa da mais santa paz do senhor.


Filme integrante da Mostra Competitiva Nacional do 12º Olhar de Cinema.

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