O filme conta a investigação da diretora Fernanda Faya para saber mais sobre uma figura familiar que sempre esteve ao redor, mas que ela não fazia ideia do passado de sucessos nos palcos da tal “tia” Neirud.
O que mais chama a atenção nesse filme é despertar a
curiosidade acerca dos que nos rondam, pois quanto mais se ia atrás do passado
de Neirud, mais profundas eram as descobertas e mais complexas eram as relações
dela com a família.
Não é difícil encontrar alguém de sua família ou de
famílias próximas que tenha um passado silenciado ou escondido atrás das
cortinas da vida e é nesse ponto que reside a maior força emocional. As “tias
Neiruds” estão espalhadas em todo o país e sempre trazem surpresas com as suas
histórias de vida dignas de filme.
Ao mesmo tempo o filme se torna um exercício de
investigação maior do que de fato contar a história da personagem. Levamos até
o final do filme para que fosse revelado o momento de glória de Neirud na
luta-livre, onde fez muito sucesso por todo o país. Em certos momentos é
possível até dizer que o foco é encontrar as pistas do que de fato mostra-las
ao público.
Esse embate entre forma e conteúdo me fez lembrar o documentário
Santhiago, de João Moreira Salles, onde mostra o quão complexo era o mordomo
dos herdeiros de bancário. Aqui a diretora traça o princial foco narrativo em
encontrar as peças que remontem e expliquem Neirud, mas no fim o que se destaca
como ponto principal são as excessivas narrações em off, que explicam cada
segundo do filme e controlam a visão do espectador e em como a diretora fez a
coleta das informações.
Filme integrante da Mostra Competitiva Nacional do 12º Olhar de Cinema.
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