domingo, 5 de maio de 2019

Cemitério Maldito | CRÍTICA


Que Stephen King é um escritor prolífico no suspense e no terror, já foram várias as produções cinematográficas e até televisivas que trataram de adaptar suas tantas obras com muito ou pouco esmero em sua fidelidade aos originais que vieram a se tornar exímios clássicos de suas décadas, principalmente os hits oitentistas O Iluminado, Christine e Conta Comigo, entre outros que ficaram marcados por suas passagens devidamente emblemáticas. O ano de 2017 atestou uma retomada das obras de King nas telas que se provou interessantíssima vide o sucesso de IT: A Coisa, atestando que as releituras atualizadas dos títulos podem até superar os seus (por muitos incontestáveis) originais. No caso do novo Cemitério Maldito, não falta capricho na horripilante história que, ainda assim, prefere seguir um caminho por demais convencional.

Egressos da série de TV de Pânico, os diretores Kevin KölschDennis Widmyer fazem o que se espera de um bom suspense: comumente ambientado no Maine, há uma sinistra atmosfera crescente entre bosques que permeiam a vizinhança mesmo em dia ensolarado, caminhões que desrespeitam limites de velocidade em vias locais e um curioso ritual de crianças em uma procissão que leva a um recinto que dá nome ao filme. Assim se torna o cotidiano da família Creed que, centrada na figura do médico e pai, Louis (Jason Clarke), busca naquela até que pacata cidade não só uma oportunidade de trabalho, como um refúgio da cidade grande, especialmente quando se trata do atormentado passado da esposa, Rachel (Amy Seimetz), que tão logo se vê contrária à ideia de criar os filhos, Ellie (Jeté Laurence) e Gage, naquele lugar.

(© Paramount Pictures/Divulgação)

Em uma boa construção narrativa em sua primeira metade com planos estratégicos que tendem a se tornar pistas para o consequente desfecho da trama, Cemitério Maldito não é um terror rebuscado vide os integrantes da franquia Invocação do Mal ou os pretensiosamente intelectualizados Hereditário e Ao Cair da Noite, ainda que seja influenciado pelo ritmo lento destes, o que faz com que o roteiro assinado por Matt Greenberg (O Sétimo Filho) e Jeff Buhler (Maligno) resulte em uma narrativa mais cansativa do que deveria.

(© Paramount Pictures/Divulgação)

Ademais, ao contar com um bom design de som, uma fotografia não necessariamente trevosa e efeitos visuais que valorizam a produção, Cemitério Maldito (Pet Sematary, no original) se destaca pela articulada e soturna performance do veterano John Lithgow e da novata Jeté Laurence cuja expressividade é de assustar! Distante de ser até mesmo um dos melhores contos de King e com algumas mudanças em relação ao "clássico" de 1989, o filme é certeiro em sua experiência de agonia ao público sem depender de lições de moral.



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