Após a exibição de 91 filmes durante 9 dias de festival, foram divulgados os vencedores da 4ª edição do Olhar de Cinema. A cerimônia aconteceu no Teatro Paiol e contou com a apresentação da banda Regional Sabiá. Confira a lista de premiados e nossas impressões sobre o festival.
Longa-Metragem
Prêmio Olhar de Melhor Filme: Koza, de Ivan Ostrochovsky.
Prêmio Especial do Júri: Mercuriales, de Virgil Vernier.
Prêmio de Contribuição Artística: A Proletarian Winter's Tale (Ein proletarisches wintermärchen), de Julian Radlmaier.
Prêmio do Público: I Am The People (Je suis le peuple), de Anna Roussillon.
Menção Honrosa: A Misteriosa Morte de Pérola, de Guto Parente.
Curta-Metragem
Prêmio Olhar de Melhor Filme: A Festa e Os Cães, de Leonardo Mouramateus.
Prêmio do Público: A Festa e Os Cães, de Leonardo Mouramateus.
Outros Prêmios Oficiais
Longa Metragem
Prêmio Olhares Brasil – Melhor Longa-Metragem Brasileiro da Mostra Competitiva, Outros Olhares e Novos Olhares: Ela Volta Na Quinta, de André Novais Oliveira.
Prêmio Novo Olhar – Melhor Filme da Mostra Novos Olhares: Nova Dubai, de Gustavo Vinagre.
Curta Metragem
Prêmio Olhares Brasil – Melhor Curta-Metragem Brasileiro da Mostra Competitiva e Outros Olhares Toré, de Joao Vieira Torres e Tanawi Xucuru Kariri
Prêmios de Parceiros
Prêmio da Crítica / Abraccine: Koza, de Ivan Ostrochovský.
Prêmio Hors Pistes: Burn The Sea (Brûle la mer), de Nambot Nathalie e Maki Berchache
Impressões do 4º Olhar
Até 2012, era difícil listar algum festival de cinema em Curitiba se não fosse aquelas tradicionais mostras universitárias de prêmios maiores que a anuidade de suas edições. Naquele ano, então, a Grafo Audiovisual criou o Olhar de Cinema e, a cada edição, parece que a experiência da produtora e a repercussão do festival aumentam. Além da quase-centena de filmes e persistindo na constante luta em reforçar o meio cinematográfico de Curitiba, foram oferecidas master classes com diretores, seminários e encontros de negócios com vários profissionais da área, workshops, pitchings e, a melhor parte, as rodas de conversas nos corredores dos locais por onde o Olhar passou.
No centro, Julian Radlmaier (A Proletarian Winter's Tale) num descontraído debate após a sessão do filme. |
E essas conversas entre amigos e novas amizades ajudaram muito na hora de compartilhar as experiências com os filmes vistos. Críticas, surpresas, elogios, lágrimas de emoção para Ela Volta Na Quinta e A Loucura Entre Nós, além de exclamações pelos filmes das mostras Olhares Clássicos e Olhar Retrospectivo Jacques Tati que tomaram conta e renderam muito papo até mesmo fora dos locais do evento. Por outro lado, foi alarmante ver várias pessoas deixando sessões de filmes como Snakeskin, descontentamentos com enredos e ritmos dos filmes, além de uma ou outra alma raivosa (e desavisada) reclamando do conteúdo do nacional Nova Dubai.
Quanto a Competitiva de Longa-metragem, grande parte da seleção trazia alguma mensagem de impacto, procurando evidenciar força ou graça em personagens marginalizadas e solitárias. Todavia, faltou um representante brasileiro melhor na categoria, um candidato que tivesse um encanto ao que foi visto no humilde, ainda que belo e poético, Girimunho, lá da primeira edição do Olhar. A Misteriosa Morte de Pérola tem lá suas qualidades técnicas, mas no formato de curta seria muito mais interessante.
A exposição do carismático diretor filipino Kidlat Tahimik (Balikbayan #1 Memories of Overdevelopment Redux III) |
Muito discutida também foi a duração dos longas. Será que tantas extensas cenas "silenciosas", muitas vezes filmadas a esmo, continuam valendo como um "exercício de autor"? Um filme, acima de tudo, deve narrar sem necessariamente recorrer a diálogos e/ou locuções, imagens bem compostas podem dar conta do recado. Mas para os diretores de Maldade, Snakeskin e Mercuriales, por exemplo, parece que faltou o ardiloso exercício do desapego na hora do corte dos planos.
O 4º Olhar de Cinema foi bastante balanceado. Em termos de organização, a recepção foi sempre exemplar. A seleção de filmes também teve seus pontos altos, e de certa forma funcionou como uma boa fuga dos filmes do circuito convencional e poder lembrar que filmes podem ser interessantes mesmo em sua mais simples execução. Mas a programação foi extensa e uma curadoria mais rígida talvez pudesse enxugar alguns títulos, ou aumentar a duração do evento. Quem sabe nas próxima edições? Afinal, ficou a vontade de ver mais.
É com satisfação, então, que o Plano Extra espera por mais edições do Olhar de Cinema por um longo tempo!
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