sábado, 13 de junho de 2015

Koza | CRÍTICA (4º Olhar de Cinema)


Em 1996, Peter Baláž foi atleta de pugilismo nas Olímpiadas de Atlanta. Quase 20 anos depois, numa Eslováquia bastante decadente e sem praticar seu esporte, Baláž mora com sua companheira, Miša, numa casa precária e ainda com uma filha para criar. Falta dinheiro e, para agravar a situação, Miša descobre estar grávida. Ela cogita o aborto, ele quer seu primeiro filho legítimo. Como Baláž vai garantir o sustento? Voltando aos ringues.

A fotografia repleta de cenários enevoados de Koza (não só o título do filme, mas um apelido de Baláž) pode lembrar muito a do recente e até semelhante Foxcatcher, mas em paradoxo com os personagens vividos por Channing Tatum e Mark Rufallo, Baláž carece de técnica e principalmente de preparo físico. Por mais que faça um treino leve, embora arcaico, e até procure um técnico, por meio de seu "amigo" dono de um ferro velho, Koza se tornou um completo vexame. Sua postura arcada, seus jabs e defesas fracas fazem com que o ex-atleta caia no ringue em pouco tempo, e o pior, sem receber a pouca grana prometida. Não se dando por vencido, o boxeador e seu "agente" rodam o país atrás de outras lutas – e vergonhas previsíveis.


O longa híbrido de Ivan Ostrochovsky não quer dar lições de moral ou mensagens inspiradoras, como a saga Rocky; ele quer mostrar a tragédia consecutiva de Koza e aí não há espaço para "voltas por cima". Os próprios rounds são filmados de forma distante e com poucos planos, uma boa economia de decupagem se, por outro lado, houvesse cenas que se estendem além da conta, imperando a redundância das ações dos personagens bruscos e tão pouco trabalhados. Mas a força ali é do Koza que, embora mau lutador, pelo menos segura um fio de esperança.




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