quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Kingsman: O Círculo Dourado | CRÍTICA


Lançado no início de 2015, Kingsman: Serviço Secreto prenunciava um bom ano para os filmes de ação, além de proporcionar uma exímia sequência de luta que só viria a ser pareada com uma cena do segundo episódio da primeira temporada de Demolidor. Dirigido por Matthew Vaughn, egresso dos bons e dinâmicos Kick-Ass e X-Men: Primeira Classe, o filme estrelado por um elenco britânico de ponta também trazia sua parcela de revisão do subgênero da espionagem além de sua mitologia particular com uma pegada pervertida lado a lado com uma crítica social justificando as ações do vilão de língua presa vivido por Samuel L. Jackson. Com tamanha recepção positiva do público, não há mal algum em dar continuidade às missões dos alfaiates mais preparados do momento, por mais que isso signifique rever as mesmas ideias que deram certo no longa original.


Em síntese, Kingsman: O Círculo Dourado foca no amadurecimento de Eggsy (Taron Egerton) em meio ao serviço secreto assistido por sua companheira Lancelot, o hacker Merlin (Mark Strong) e um novo Arthur (Michael Gambon), até que um ex-candidato da "alfaiataria" ressurge e indica ligações com a magnata Poppy (Julianne Moore), uma audaciosa narcotraficante milionária forçada a morar em reclusão justamente por comandar um negócio visto como ilegal, mas a vilã tem uma carta na manga para fazer todas as nações ficarem a seus pés. Nas investigações que levam Eggsy e Merlin aos Estados Unidos na poderosa destilaria Statesman chefiada por Champ (Jeff Bridges) com os agentes Whiskey (Pedro Pascal), Tequila (Channing Tatum) e Ginger (Halle Berry) à disposição para ajudar os combalidos Kingsmen em sua missão, a dupla é apresentada a um velho amigo que agora se dedica ao estudo das borboletas, vindo a se tornar um certo problema em suas vindouras intrigas internacionais.



Para quem adorou as tramoias non-sense do longa de 2015 inspirada nas HQs de Mark Millar e Dave Gibbons, o novo Kingsman tem o melhor do que tinha funcionado muito bem na tela, por mais que se embriague em cenas mais extensas do que deveria e relegue as recentes adições de seu elenco mais a troca de diálogos do que de socos, tiros ou quaisquer gadgets que venham a calhar na hora dos encalços (chegando ao cúmulo com um peculiar GPS). Assim, espere para se deleitar com o humor ácido e a violência gráfica que ultrapassa sugestões, os figurinos recatados, a malemolência da operação de câmera registrando o melhor da pancadaria, a trilha sonora sempre num volume intenso ("Take Me Home" de John Denver sempre funcional!) e uma pertinente alfinetada na sociedade em seu consumo contínuo das drogas ilícitas, abrangendo as classes marginais até os níveis mais abastados possíveis. Do que é novidade, afinal, as sequências na "Poppyland" sempre são sinônimos de emoções mistas e Elton John rouba todas as cenas em que aparece em uma ótima participação galhofa e sem vergonha de rir de si mesmo e esbanjar também seu talento a ponto de alterar a letra de uma de suas canções.



Costurado na medida certa sem os tantos vaivéns do primeiro filme, ainda que o roteiro de Vaughn e Jane Goldman se acomode em se lançar a desafios mais arriscados ou até evitar na repetição estrutural de seus incidentes (semelhança é o que não falta entre os planos de Valentine e Poppy) , Kingsman: O Círculo Dourado (Kingsman: The Golden Circle) já acresce a lista dos bons filmes de pancadaria "estilosa", batendo de frente com as lutas vistas em John Wick 2 e Atômica, com material suficiente para nos instigar para uma próxima sequência, ainda mais que o melhor desse mundo todo (em outras palavras, Harry - Colin Firth) está de volta. Que isso não seja visto como surpresa, já que o duplo-sentido para "salvar o mundo" já não é mais novidade na ocasião.




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