sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Tudo Por Um Pop Star | CRÍTICA


Se a adolescência nos envergonha de algumas muitas coisas, por outro lado, esse fervoroso período das nossas vidas geralmente nos concede uma coragem de fazer loucuras sem medir as consequências cujo ímpeto é drasticamente diminuído com os receios encontrados na vida adulta. Tudo Por Um Pop Star, inspirado no livro homônimo escrito por Thalita Rebouças, resgata a proeza de correr atrás dos artistas favoritos enquanto reforça o teen movie brasileiro.

Seja pela afinidade artística, por intuitos emotivos e/ou pela mera atração física, não é de hoje que a juventude corre atrás de seus ídolos para abraçá-los, pedir um autógrafo e tirar uma selfie em questão de disputados segundos entre tantos e tantas fãs em frente ao hotel ou à porta do camarim na casa de show. A algazarra, o choro e o nervosismo também fazem parte dessa experiência única e é assim que o roteiro e a direção de Bruno Garotti retratam a histeria do trio de amigas Gabi (Maísa Silva), Manu (Klara Castanho) e Ritinha (Mel Maia) descobrem que a boy band Slavabody Disco Disco Boys está desembarcando no Brasil para um show no Rio de Janeiro com ingressos disputadíssimos. Morando no interior, como as meninas vão conseguir convencer os pais para irem sozinhas à capital e ainda tentar conhecer os adorados garotos?

Num ponto de vista geral analisando a narrativa, Tudo Por Um Pop Star cumpre com honestidade os retratos dos desejos e loucuras que as meninas passam resgatando o dilema moral se vale a pena arriscar a amizade por situações literalmente de risco, ainda que o roteiro surja inflado ao discorrer soluções fáceis demais e subtramas dramáticas e passageiras que não fariam falta. Como já era de se esperar, Maísa rouba as cenas em que aparece enquanto Giovanna Lancelotti (da novela O Segundo Sol) também se destaca com sua irreverência ao interpretar uma jovem adulta que compensa as irresponsabilidades do passado com um estilo de vida zen. Talvez o principal antagonista da história, o "youtuber" afetado interpretado por Felipe Neto parece uma fusão do mesmo com Hugo Gloss, resultando em um personagem pouco autêntico e mais insuportável do que o necessário.

Inocente ao seu modo, é bonito ver como as obras de Thalita Rebouças (que também foi responsável por Fala Sério, Mãe!) preenchem essa lacuna do cinema infanto-juvenil brasileiro com mais um título que dialoga com seu respectivo público sem necessariamente sexualizar a trama tal como o seriado Malhação por anos instigou o público. Com suas ressalvas técnicas a parte (o som em uma cena da praia é terrível), Tudo Por Um Pop Star celebra o quanto podemos ser felizes ao valorizarmos nossas amizades enquanto aprendemos entre o erro e a diversão.



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