sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A Casa do Medo: Incidente em Ghostland | CRÍTICA


Que o terror alternativo muitas vezes é visto com desdém por sua falta de recursos, atores famosos e uma narrativa de gosto duvidoso, não faltam admiráveis exemplares provando que a criatividade também existe nas produções de orçamento modesto. Supreendente ao seu modo, A Casa do Medo: Incidente em Ghostland retoma o significado de horror psicológico em uma narrativa que se permite ser extravagante.


Produção franco-canadense dirigida por Pascal Laugier (O Homem das Sombras), A Casa do Medo apresenta a história de uma mãe (Milène Farmer) que decide se mudar com suas duas filhas adolescentes, Vera (Taylor Hickson) e Beth (Emilia Jones), para uma afastada casa herdada após a morte de uma tia em uma cidade pacata até demais. A mais velha das meninas detesta a ideia, ainda mais por ter que terminar com o namorado, mas para Beth, muito que apoiada pela mãe, é a chance de estar imersa em um cenário propício para continuar a escrever suas histórias de terror tal como aquelas de seu ídolo, H.P. Lovecraft. No entanto, pairam os rumores sobre uma série de assassinatos na região e a família recém-mudada precisará superar as diferenças para continuar a viver em meio a uma situação desesperadora.


O que parecia ser mais uma história clichê, acaba que Ghostland subverte tais baixas expectativas e se faz um horror psicológico com cenas que transitam entre a realidade e fantasia, pegando o espectador aficionado pelo gênero sempre com bons pontos de virada. A câmera de Laugier faz bons enquadramentos de seus cenários de decoração gótica com um igualmente bom trabalho de iluminação, tornando a experiência ainda mais claustrofóbica e temerosa com objetos de cena que também intensificam essa sensação. O mesmo não pode ser dito dos diálogos, geralmente rasos, que bem cedem as cenas de ação e sustos.

Ainda que não tenha o luxo de se proclamar o filme de horror do ano, há muito em A Casa do Medo que faz o filme ser programa obrigatório para qualquer público interessado ou que há tempos procura ver algo menos endemoniado. Da sua parcela metalinguística à predileção por serial killers bizarros, o título tem tudo para confundir e arrepiar o mais insensível dos espectadores.



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