quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Jumanji: Bem-Vindo à Selva | CRÍTICA


Lançado em 1995 e em pleno auge da carreira de Robin Williams, pode-se dizer que Jumanji foi uma fita de aventura cuja história simples e divertida encantou a garotada principalmente com seus efeitos visuais que davam continuidade aos deslumbrantes avanços gráficos (para a época) desencadeados poucos anos antes em Jurassic Park, além de todo o carisma radiante do ator e os batuques tribais que vinham daquele curioso tabuleiro entalhado em madeira que tanto deixava os personagens em apuros. Tamanha estima, enquanto um filme que ainda mantém seu charme graças à nostalgia de seus fãs, também não faltou torcida para que uma continuação fosse produzida e, apesar de todos os receios típicos e do seu lançamento um tanto quanto tardio, a nova versão do tabuleiro mágico surge como uma boa pedida para o público jovem em férias.

Vinte e dois anos depois, Jumanji: Bem-vindo à Selva parte agora de uma suposição de que a juventude há tempos deixou de lado as tardes com os amigos jogando os bons e velhos tabuleiros e demais jogos de mesa para se concentrar nos tecnológicos video games ou em seus smartphones e sua já conhecida vidinha de aparências nas redes sociais. Por uma série de acasos, quatro típicos jovens americanos – o nerd (Alex Wolff), o esportista (Ser'Darius Blain), a patricinha (Madison Iseman) e a introvertida (Morgan Turner) – caem na conhecida detenção no colégio em pleno sábado de manhã e, o que era pra ser uma "simples" limpeza de revistas velhas, um empoeirado console acaba transportando a atenção do quarteto para o que vem a ser Jumanji como nunca vimos antes. Lá, o quarteto de jogadores, sob a forma de seus avatares com físicos e habilidades nada de acordo com suas características verdadeiras, vão passar por uma série de perigos nesta terra selvagem para tentar encontrar o "caminho da volta", além de ajudar um velho jogador e combater um vilão terrível e infelizmente genérico, interpretado por Bobby Cannavale.


Dirigido por Jake Kasdan a partir do roteiro das duplas Chris McKenna & Erik Sommer (Homem-Aranha: De Volta Ao Lar; LEGO Batman - O Filme) e Scott Rosenberg (Con Air) & Jeff Pinkner (A Torre Negra), Jumanji: Welcome To The Jungle cresce em diversão a partir do momento em que Dwayne "The Rock" Johnson, Karen Gillan, Jack Black e Kevin Hart assumem o comando da narrativa que muito se inspira no velho estratagema dos games: um limite de três vidas, personagens não jogáveis que repetem suas falas limitadas, poderes especiais e fraquezas que serão de utilidade ou um encalço nos momentos mais críticos. Com tais características listadas em coloridos painéis gráficos por cada personagem, gera-se uma certa expectativa para vê-los em ação (longe de ser um Mad Max tropical, há aqui vários momentos que valem a pena) onde a linguagem específica também surge como elemento cômico (a cutscene para introduzir o vilão em uma locação remota), mas, afinal, qual é a função narrativa de um bolo como uma explosiva fraqueza?


Dono de um onipresente humor pré-adolescente escrito justamente para descontrair o público que gosta de piadinhas levemente pervertidas, o filme conta com a participação de Nick Jonas (que também tem suas características particulares no jogo), mas é inegável que The Rock, Karen Gillan e um propositalmente afetado Jack Black roubam as cenas mesmo quando os gracejos parecem ter se esgotado. Despretensioso a propor uma lição de moral a partir da superação das diferenças, é visível que os realizadores poderiam ter se aventurado mais em cena quanto à dinâmica dos jogos do gênero, ainda mais quando uma franquia destes (cujo título recente aparece em um cartaz na parede) há tempos provém um entretenimento bem mais imersivo e detalhado.

O que não quer dizer que os reconhecíveis batuques de Jumanji já não soam mais excitantes. Da minha parte, porém, sempre fui mais fã das peripécias do tabuleiro.




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