segunda-feira, 6 de junho de 2022

Quente de tarde, frio à noite | CRÍTICA (11° Olhar de Cinema)


Quente de tarde, frio à noite conta a história de um casal com dificuldades financeiras que faz um juramento: não fazer um empréstimo. Um deles, porém, não irá cumprir o combinado.

O filme traz uma abordagem muito crua, pouca edição, pouco movimento de câmera, nenhuma invencionice na forma, seja narrativamente ou tecnicamente. Isso faz com que a estrutura de Najeneun Deopgo Bameneum Chupgo (título original) seja desconfortável, após uma série de escolhas erradas, atitudes ruins, pessoas que passam o casal para trás e em nenhum momento isso se torna abertamente cômico. Quando surgem oportunidades de emprego, eles encontram dificuldades a todo momento e, acima de tudo, há uma pressão de cobrança interna nos dois, o que é o mais doloroso acima de tudo.


A sucessão de percalços e desventuras é digna de filmes como Joias Brutas, onde você só quer que as coisas parem, porém, o ritmo aqui é mais lento e, a cada nova revelação, a sensação de incredulidade aumenta.

O momento em que a promessa é quebrada marca exatamente uma mudança de chave e, a partir dali, tudo piora. Sem uma estética de esperança, o filme dirigido e co-escrito por Park Songyeol se torna maçante e lento, apostando tudo o que tem no roteiro e, por mais que seja uma boa história, essa falta de uma direção é o que impede o filme a ser mais do que é.

Na sociedade em que vivemos, há muitos casos assim, portanto, falta um cuidado especial com o material desenvolvido.

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