Criatividade, organização e domínio de execução são competências extremamente
úteis e valiosas no campo do cinema quando se fala em qualidade. Claro que, raramente,
as três características aparecem juntas em um mesmo segmento, muito menos em um
único longa-metragem, e mesclar tudo isto com essas competências dá trabalho, mas
também gera muita notoriedade. Foi pensando em aspectos como estes que o diretor e roteirista Christopher Nolan – com sua pegada certeira e estilo perfeccionista impressionantes –, rompe tal paradigma e entrega ao público o seu mais novo projeto: Dunkirk.
O longa, que chegou hoje aos cinemas brasileiros, é uma das estreias mais esperadas do ano
e certamente há de conquistar o coração dos cinéfilos, sendo merecida a
experiência vista em IMAX!
Baseado em uma incrível história verídica, a trama gira em torno da Operação
Dínamo, mais conhecida como a Evacuação de Dunquerque, onde soldados aliados da Bélgica, do Império
Britânico e da França são rodeados pelo exército alemão e devem ser resgatados
durante uma feroz batalha no início da Segunda Guerra Mundial. Acompanhamos
então três momentos distintos: uma hora de confronto no céu, onde o piloto
Farrier (Tom Hardy) precisa destruir um avião inimigo, um dia inteiro em alto
mar, onde o civil britânico Dawson (Mark Rylance) leva seu barco de passeio
para ajudar a resgatar o exército de seu país, e uma semana na praia, onde o
jovem soldado Tommy (Fionn Whitehead) busca escapar a qualquer preço.
Falando
um pouco sobre o elenco, não é à toa que concordo totalmente com a opinião do ator James D’Arcy (Coronel Winnant), pois
em vários momentos me coloquei no lugar dos protagonistas, principalmente do
soldado Tom, imaginando tanto o quão árduo deve ter sido para o ator encenar
tais instantes, quanto também o jovem que fez parte desse episódio tão marcante
para o mundo como o conhecemos hoje. Ainda a despeito das atuações, não há o
que criticar negativamente, já que em minha opinião, todos os atores envolvidos no enredo
deram um show ao incorporarem personagens realistas, com personalidades fortes
e carregando certa segurança nas suas performances.
Destaque para Tom
Hardy (Farrier), que também já participou de outros filmes do diretor (vide o seu papel de Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge e A Origem). É interessante essa estratégia dele de trabalhar com o mesmo ator em filmes, Inclusive, é por essas e outras razões que o visionário Nolan será
sempre um de meus diretores favoritos.
Aliás, se a intenção dos produtores era oferecer às pessoas uma jornada realista intensa
enquanto, permitindo que o telespectador sinta como se tivesse vivido aquela experiência, posso garantir
que conseguiram, porque a película é simplesmente maravilhosa! Cada plano da fotografia,
cada sequência de eventos paralelos, cada detalhe tratado pelo roteiro, foi tudo realizado com maestria por Nolan.
Todavia, apesar do ritmo às vezes ser arrastado, não é nada que atrapalhe o desempenho do enredo num apanhado geral. Ressalto ainda que houve um aspecto que do meu ponto de vista foi deveras intencional. Refiro-me ao som absurdo da obra, uma vez que a trilha sonora, de tão caprichada por Hans Zimmer (um dos meus preferidos, por sinal), conta com músicas cujos ritmos de suspense são tanto envolventes quanto angustiantes e contribuem ainda mais pra que o resultado seja considerado uma dita obra-prima da Sétima Arte. Logo, em vista dos aspectos citados anteriormente, Dunkirk seria o que costumo chamar de “o triunfo do ano”, posto que sai na frente de muito filme de guerra por aí, visto que foi comandado por uma mente genial, que entende do assunto e sabe dirigir um filme como ninguém. Portanto, a sensação de poder dizer que a obra atende a todas as expectativas é excepcional. Simplesmente recomendado!
NOTA: ⭐⭐⭐⭐⭐ (10/10)
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