quinta-feira, 13 de abril de 2017

Velozes e Furiosos 8 | CRÍTICA


Mesmo com uma perda irreversível em seu elenco, Velozes e Furiosos 7 contornou tal impasse e não só entregou uma admirável homenagem a Paul Walker em meio a tantas cenas explosivas e ostentadoras, como também alcançou a façanha de uma bilionária arrecadação nas bilheterias em 2015, tornando a franquia preciosa aos olhos do estúdio. Pretendendo almejar a mesma marca, Velozes e Furiosos 8 mostra que não quer ficar para trás de seu antecessor e trata de injetar mais gás ao seu lema de família e ao seu proveitoso entretenimento grandiloquente que perdeu o medo de exagerar.

Dirigido desta vez por F. Scott Gray (Straight Outta Compton), The Fate Of The Furious coloca Dominic Toretto (Vin Diesel) e Letty (Michelle Rodriguez) aproveitando sua lua-de-mel numa ensolarada e colorida Havana que, por sua vez, não se esquece de oferecer uma típica racha de muscle cars clássicos com muito "nitro" e manobras impressionantes pelas ruas da capital cubana. Um merecido descanso que, por outro lado, é interrompido quando Dom é chantageado por Cipher (Charlize Theron), uma audaz hacker que o coloca de mãos atadas a ponto de ter que trair sua estimada família em prol dos planos terroristas de escala global da vilã. No entanto, se depender de Letty e Luke Hobbs (Dwayne "The Rock" Johnson, em um crescente e ótimo tempo de tela) a turma dos carros tunados não vai permitir que Toretto se entregue ao seu lado mau de antigamente.



Fazendo vista grossa para os diálogos pra lá de expositivos, para a apresentação em 3D ineficiente, para a tentativa estranha de Vin Diesel em se portar um ator dramático em certo ponto da trama ou até para os russos estereotipados (pela enésima vez no cinema…), a verdade é que Velozes 8 assume um veio de filme de contraespionagem automobilística a ponto de tornar boa parte de seus personagens em tipos super-heróicos, vide os feitios herculescos de Hobbs capaz de derrubar vários homens e desviar mísseis com as próprias mãos. A bem estabelecida dinâmica do elenco também traz momentos engraçados para o filme, ainda mais quando envolve Jason Statham e The Rock juntos em cena – e não seria nada ruim ver a dupla conduzindo os próximos filmes da franquia tamanho entrosamento. LudacrisTyrese Gibson e o Sr. Ninguém de Kurt Russell continuam afiados para seus momentos de humor, enquanto Scott Eastwood, Michelle Rodriguez e Nathalie Emmanuel permanecem em segundo plano, reforçando verbalmente o que foi ou ainda será visto.

Assim, o longa traz sequências grandiosas e internacionais que desafiam questões de produção (tal como Missão: Impossível tem enfatizado) com a montagem sempre na cola da alta velocidade dos carros e do rastro de destruição por onde passam, e aí as cenas vencem pela sua criatividade aliada ao impacto da combinação de trilha sonora, roncos de motores e pneus cantando. Com tamanha adrenalina visual, esquecer dos problemas narrativos entrementes é compreensível.



Provando-se uma vilã inteligente acima de seus adversários, não foi dessa vez que vimos Theron pegar num volante como muito bem fez em Mad Max: Estrada da Fúria, mas, pelo menos, seu antagonismo é o suficiente para instigar a trama para aqueles que são aficionados pela série de filmes que fez uma geração de jovens ansiar em ter um veículo tunado de carroceria rebaixada e com luzes neon acopladas, apesar de o perfil da franquia, com seus dezesseis anos, já ser outro ao venerar os membros de sua família, sejam eles velhos, novos ou ex-vilões. Inverossimilhanças e momentos previsíveis a parte, é inegável que Velozes e Furiosos 8 é um filme pra lá de divertido sem exigir demais de seu espectador. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.