segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Tô Ryca! 2 | CRÍTICA


Como toda comédia brasileira de sucesso, chega a vez de Tô Ryca! ter sua continuação passados mais de cinco anos desde o lançamento de seu original. Funcional em seu entretenimento por mostrar algo tão cobiçado pela maior parte dos brasileiros, a sequência estrelada por Samantha Schmütz e Katiuscia Canoro agora se concentra nos surtos de todo milionário emergente que se vê esvaziado ao perder tudo.


Ostentando enquanto dispensa troco, Selminha (Schmütz) leva uma vida pra lá de confortável enquanto zomba da rotina alheia que um dia lhe pertenceu a ponto de debochar do pobre enlatado no ônibus, contratar funcionários para funções mínimas e até se dispõe a pagar um salário para sua melhor amiga, Luane (Canoro), ao invés dos três empregos que a suburbana se sujeita a fim de bancar seu casamento com Nico (Anderson Di Rizzi). Péssima gastadora do jeito que é, Selminha precisa não só lidar com um problema judicial quando uma homônima decide contestar a herança do finado tio, mas como se ver na rotina de duras penas novamente.


Novamente contando com a direção de Pedro Antônio, o roteiro de Fil Braz não se propõe a mensagens edificantes ou sequer traz uma evolução nata da protagonista (nisso, o primeiro filme foi eficiente), até porque boa parte das situações são propositalmente farsescas, mas acaba que a narrativa vem de encontro com a realidade financeira da maioria principalmente nos últimos anos. Seja por mera coincidência ou antecipação da obra, o público há de concordar com a desvalorização da moeda – para os cariocas, em particular, a falência política não escapa de críticas.


Sequência de motivações e impactos vazios, Tô Ryca! 2, por fim, diverte no que faz bem: colocando Samantha Schmütz num papel engraçado justamente por ser tão estranhamente verossímil desses tempos.



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