quarta-feira, 18 de outubro de 2017

A Babá | CRÍTICA


Quando outubro sedia uma Sexta-Feira 13 além do habitual Dia das Bruxas, há quem se aproveite dessa dose dupla de sombrias efemérides para reforçar superstições e, claro, fazer aquela boa maratona de clássicos do Terror com os amigos até altas horas da madrugada ou, quem sabe, descobrir títulos inéditos que mais se inclinam às risadas do que aos sustos previamente esperados, vide os casos de A Morte Te Dá Parabéns e A Babá. Ambos estreantes na mesma semana, o primeiro agradou o público (mesmo com as repetições narrativas) e seu estúdio com bons números nas bilheterias e, quanto à mais nova produção exclusiva da Netflix, só comprova que o investimento em longas originais do gênero ainda vale o preço da mensalidade mais encarecida. Nesse duelo de exemplares do "terrir", quem ganha mesmo é o espectador em busca de uma sinistra diversão.

Escrito por Brian Duffield (A Série Divergente: Insurgente) e dirigido por McG (O Exterminador do Futuro: A Salvação), The Babysitter tem a seu favor todos os tradicionais elementos do gênero e que ficaram cravados na boa safra da década dos anos oitenta: um pré-adolescente inseguro com as vindouras mudanças no corpo, seus pais protetivos (mas nem tanto), uma bela moça e as estranhas amizades dela, tão bonitas quanto atléticas e/ou pervertidas. Assim, conhecemos o bulinado Cole (Judah Lewis) e a paixonite que tem por sua babá Bee (Samara Weaving), afinal, ela parece ser a única que se preza em se divertir com o garoto, por mais que, obviamente, Bee seja paga para isso. Curioso em descobrir o que sua estimada Bee faz enquanto ele dorme (e, disso, tentado a contrariar a velha falácia sobre babás para uma amiga da escola), Cole não apenas testemunha um ritual satânico, mas como se vê diante de vários atentados contra sua vida que nada mais são do que uma chance de enfrentar também as suas inseguranças.

Maneirista por si só, McG abusa dos movimentos de câmera arrojados, dos artifícios de edição e grafismos em tela que não só dinamizam o filme como dialogam com as gerações jovens atuais com boas referências aqui e acolá, fruto das sagacidades do roteiro que ainda aproveita para debochar do vizinho com seu carro como mecanismo de compensação fálico, da típica cheerleader idiota e seu "emprego dos sonhos" e, o que seja talvez uma das interrupções mais hilárias, da ruptura da regra roteirística dos "três usos da faca". Sem lá muitas alusões sobrenaturais, o filme se volta mais a uma pegada slasher do que de um horror clássico e, apesar de que sua primeira metade seja sua melhor parte, há diversão o suficiente em acompanhar Cole com suas táticas pra lá de nerds para enfrentar cada inimigo. Sem mais nem menos, A Babá tem todas as qualidades para uma sessão rápida e suficientemente descontraída, com direito a risadas com aquele tentador quê de tensão.



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