quarta-feira, 8 de abril de 2015

Cada Um Na Sua Casa | CRÍTICA


Os alienígenas Boovs rodam o espaço tomando planetas para se abrigarem dos temíveis Górgons. Quando eles decidem invadir a Terra, tornando o planeta seu novo esconderijo, as coisas vão pelos ares. Enquanto milhões de famílias são realocadas "pacificamente" para um imenso lote residencial na Austrália, os novos habitantes fazem a festa e estragam, à sua maneira, famosos monumentos. Se tem um problema aí, é o hiperativo e incompreendido Oh e uma menina "clandestina", ambos tentando se adaptar às novas condições.


Tip (Rihanna, na dublagem original) é uma jovem imigrante de Barbados que está à procura de sua mãe abduzida, mas não tem ideia por onde começar. A garota é experiente, sabe dirigir um carro até que bem e não foi descoberta pelos Boovs graças às suas eficientes armadilhas. Quando Tip vai a um mercado para se abastecer de mantimentos, numa sequência clássica de filmes de zumbis, ela se depara com Oh (Jim Parsons, originalmente), agora um foragido entre os Boovs por ter mandado inocentemente para toda a galáxia um convite para sua festa de casa nova. E quando diz "toda a galáxia", isso quer dizer que os Górgons estavam entre a lista de contatos, comprometendo o esconderijo das pequenas criaturas coloridas.


Com muita relutância, Oh e Tip, junto com seu gatinho, partem numa aventura até uma desordenada Paris para chegar à base principal dos Boovs, cancelar o convite e descobrir, por fim, o paradeiro da mãe de Tip. Se parece inicialmente uma jornada cheia de adrenalina, com fugas e uma boa seleção de músicas animadas (incluindo, claro, Rihanna e Jennifer Lopez), a relação entre os dois companheiros torna-se cansativa de acompanhar, tamanha os excessos do alienígena. Se essa dinâmica pode ser engraçada e até nova para as crianças, os fãs de animações podem alertar de que já viram tais ações antes, tudo para culminar num final de apertar o coração. 

Baseando-se no livro The True Meaning of Smekday, de Adam Rex, a animação da Dreamworks tem uma paleta bastante rica em cores vivas, algo que favorece a aventura e também o design, ainda que bem desinteressante, dos Boovs. Suas peles alteram a cor de acordo com o que estão sentindo, parecendo seguir uma tabela de psicologia das cores (algo que me lembrou o próximo Divertida Mente, da Pixar), e é incrível como Tip apresenta movimentos bastantes suaves e um carisma radiante, além de ter um visual moderno que é o maior fôlego no filme. Sem esquecer de mencionar o carro voador adaptado por Oh que é movido às estranhas bebidas daquela loja de conveniência.


Entre uma história longe de ser das mais cativantes, ficam as lembranças das melhores cenas de Cada Um Na Sua Casa (Home), justamente aquelas em que prestam divertidas homenagens, de certa forma, aos filmes de estrada e apocalípticos. O maior trunfo aqui, enfatizando novamente, é trazer uma protagonista de personalidade forte e pé-no-chão que dá certo, longe de ser mais uma princesa ingênua.



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