sexta-feira, 13 de março de 2015

O Sétimo Filho | CRÍTICA


Sempre discordei daquele pessoal que vive desprezando filmes de fantasia pelo simples fato de não serem "realistas". Opiniões e universos mágicos a parte, mais uma franquia transportada diretamente dos livros da saga As Aventuras do Caça-Feitiço, de Joseph Delaney. O Sétimo Filho (Seventh Son) tenta a sorte em seu primeiro filme, só que o resultado não é lá um verdadeiro trunfo no gênero.


Mestre Gregory (Jeff Bridges), apresentado como um Gandalf bêbado e quase mercenário, é um cavaleiro de uma antiga ordem dos Cavaleiros Falcões que aprisionou a mais poderosa das bruxas, Mãe Malkin (Julianne Moore), mantendo a paz por um longo tempo até a Lua Vermelha se manifestar, fazendo com que os poderes da Rainha Bruxa voltem com toda a força, planejando se vingar do homem que a aprisionou. Depois de uma perda recente, Gregory precisa encontrar um sétimo filho de um sétimo filho, no caso, Thomas Ward (Ben Barnes), e instrui-lo em suas artes secretas antes do eclipse.

Desde o início de O Sétimo Filho o que impressiona é a miscigenação presente na história. Num mercado em saturação de filmes de aventuras mágicas com um número maior de obras mal-sucedidas, é curioso ver como as vilas são povoadas de gente do mundo todo, e até os vilões também são estrangeiros, como o comandante Radu (Djimon Hounsou) e o meio-urso Urag (Jason Scott Lee). As mulheres também estão bem representadas, além de Moore, com Olivia WilliamsAntje Traue (a Faora de O Homem de Aço) como a irmã de Malkin, Lizzie, e Alicia Vikander fazendo a meia-bruxa Alice, tornando-se o interesse amoroso de Tom. Ainda que não seja repleto de criaturas e artefatos dos mais inéditos, esse mundo medieval é bem composto e faz com que qualquer jogador de RPG sinta-se em casa.


Elaborando um par ou mais de divertidas sequências de ação (muitas vezes beirando ao exorcismo), o diretor Sergei Bodrov acerta ao filmar boa parte de seus planos em locações bonitas e sets físicos, apresentando inclusive um bom esquema de montagem. Por outro lado, a direção de atores deixa a desejar. Independente se a culpa era do roteiro ou do próprio material de origem, os personagens carecem de profundidade e suas motivações por vezes parecem instantâneas e arquetípicas demais. Pra cobrir esse furo, o compositor Marco Beltrami recheia praticamente todos os momentos do filme com sinfonias escandalosas e que tanto tentam conferir a grandiosidade que o roteiro não consegue alcançar.

Mesmo com o forte nome da Legendary Pictures carregando o título, O Sétimo Filho fica devendo um melhor retrato de seu material de origem, sendo mais uma produção aventuresca onde nem a apresentação em 3D consegue salvar.




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