quarta-feira, 16 de abril de 2025

A MAIS PRECIOSA DAS CARGAS – desenho incrível em uma animação mediana | CRÍTICA

 


Com direção de arte primorosa, novo filme de Michel Hazanavicius se perde na história que quer contar.


O filme se passa durante um período de guerra na qual vivem um lenhador e sua esposa em uma grande e distante floresta. A vida dura do casal é dura, com uma luta diária para se manter em meio ao local ermo onde moram. Um dia, a mulher se surpreende com a presença de um bebê jogado entre os trens, resgatando-o dali. A pequena criança foi atirada de um dos muitos trens que cruzam pela floresta constantemente.

Dirigido pelo francês Michel Hazanavicius, que por si só possui uma das carreiras mais particulares do cinema atual. Após dirigir alguns filmes populares de ação na França, o diretor encontrou seu projeto da vida com O Artista, longa que deu a ele o Oscar de Melhor Diretor e Melhor Filme ao retratar a mudança do cinema mudo para o falado. Após chegar ao topo, Hazanavicius simplesmente desaparece do cinema americano e tem alguns projetos muito curiosos, como O Formidável, filme que faz troça de ninguém mais ninguém menos que Jean-Luc Godard, seguido do remake da comédia japonesa One Cut of the Dead e agora uma animação.



A primeira impressão é muito positiva, com uma direção de arte incrível e um traço muito semelhante aos grandes quadrinistas franceses Manu Larcenet e Christophe Chabouté, com traços fortes e grossos, bem como um detalhamento de luz e sombra fantástico. Os traços faciais são simples, porém cheios de personalidade.

A grande questão, porém, nesse caso, é a história, que tem um aspecto de já ter sido contada muito melhor em outras ocasiões. Lançar mais uma história com retratos de violências causadas na Segunda Guerra é um desafio nos dias atuais, mas será que essa visão já não foi mostrada sob um viés semelhante?

Aqui, em A Mais Preciosa das Cargas, é possível se questionar se essa narrativa adicionou algo interessante para a história ou o público vai precisar se segurar na arte e no melodrama, mesmo que esse melodrama seja para nos alertar de um episódio que algumas pessoas insistem em querer repetir.

Infelizmente a resposta para todas as perguntas é a de que o filme fica no meio do caminho e não se aprofunda em quase nenhum personagem, exceto o lenhador, que passa por uma transformação óbvia e que já está no trailer.

Ao ficar no meio do caminho, o filme é um caso clássico de possuir pontos muito bons, mas não explora pontos da trama ou para a narrativa como um todo.


Confira o trailer abaixo:


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