terça-feira, 8 de outubro de 2024

INFESTAÇÃO – aracnofobia atualizada | CRÍTICA

 


Pavor de aranha é uma coisa atemporal e universal, ainda que, de tantas abordagens na ficção, toda a fobia se torna um caso de risada por ocasionais desleixos em cena a depender da produção. Sendo assim, o que o francês Infestação (Vermines, título original) traz de novo?

 

Dirigido e co-escrito por Sébastien Vanicek em sua estreia em longa-metragem, a trama apresenta Kaleb (Théo Christine), um jovem muambeiro de tênis de marcas que tem um hábito peculiar de colecionar pequenos animais silvestres, decidindo trazer uma aranha clandestina para a estante em seu quarto num prédio cujos moradores são majoritariamente de ascendência africana. Um descuido, porém, faz com que apenas um acidente isolado se torne a infestação que dá nome à obra e quase duas horas que se tornam intermináveis.


Não que o filme seja apavorante do início ao fim. Muito pelo contrário. Vanicek é consciente no uso de efeitos e faz com que o terror e seus monstros tenham uma escala nos moldes de Alien, mas há uma insistência em apelar nos dramas familiares e das amizades que não se sustenta com o elenco berrando um texto nada lá muito interessante. Os efeitos sonoros também têm seus altos e baixos, vide a utilização de ruídos para indicar a presença das aranhas no contracampo, mas as trilha sonora clichê para cenas de ação acaba tirando um pouco o brilho. 


Ainda que o excesso de teias pelo prédio culmine em uma decoração exagerada de Halloween e que o elemento da especulação imobiliária poderia ser algo mais notório, há quem vá encontrar em Infestação um bom programa pra se arrepiar.



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