quinta-feira, 28 de março de 2024

GODZILLA E KONG: O NOVO IMPÉRIO – era melhor quando eles brigavam | CRÍTICA


Sequência do filme de 2021 repete muitos dos erros do primeiro e piora o que ainda existia de bom e divertido no embate de monstros gigantes.

Godzilla e Kong: O Novo Império conta os desdobramentos da descoberta da Terra oca, que foi apresentada no primeiro capítulo. Agora, somos colocados dentro desse local que desafia as leis da física e da natureza.


Expectativa é sempre primordial na hora de consumir uma obra. Por mais que existam aspectos objetivos na análise, a arte é subjetiva e sempre terá interpretações e gostos diferentes. Assim como notas não definem quais filmes são melhores, as análises de filmes distintos partem de pontos distintos. Faço esse preâmbulo no começo do texto sobre esse filme justamente para dizer que minhas expectativas sempre foram baixas e eu sabia que não iria encontrar a potência cinematográfica que vi em Godzilla Minus One nesse novo filme do personagem. Mesmo entrando na sala de cinema com essa visão, eu ainda saí com um gosto muito ruim na boca.


Tramas requentadas e aplicadas em um roteiro cheio de pseudo-ciência moldam as escolhas do roteiro, que por muitas vezes quer ser mais complexo do que deveria e acaba inventando tantos problemas para si que no fim não passam de uma grande bobajada. Existe uma cena de aproximadamente cinco minutos apenas para uma extração de dente do King Kong, que serve apenas para introduzir um veterinário de monstros. 


O núcleo humano, ponto baixo do filme anterior, retorna com ainda mais problemas. Mesmo com bons atores, os diálogos são sofríveis e as atuações muito acima do tom, dando até um pouco de vergonha.


(Foto: Warner Bros./Divulgação)

Há a adição de novos personagens digitais, como um Kong criança (que, por sinal, é horrível), mas também um antagonista que possa bater de frente fisicamente com o rei dos macacos. Se no primeiro encontro ficou estabelecido que o Godzilla venceu com facilidade a briga, aqui, ele é escanteado e aparece muito pouco.


A montagem é extremamente bagunçada, a ponto de ter cortes que parecem erros de continuidade e pouquíssima indicação geográfica de onde a ação acontece. Nem a trilha sonora de clássicos do rock funciona aqui, porque a escolha é tão fraca que é difícil de lembrar quais tocaram. 


Se há algo que funciona no primeiro filme, são as cenas de confronto entre os protagonistas do título, onde há um peso em cada soco e um deslocamento coerente com o tamanho das criaturas; nesse segundo capítulo, os seres de 80 metros são mais ágeis que um faixa preta de jiu-jitsu, pulando e fazendo acrobacias que aparentam um certo vale da estranheza. Há até um momento que chega a ser cômico, onde o Kong corre para se esconder atrás das pirâmides do Egito.


(Foto: Warner Bros./Divulgação)


Ao final, o filme ainda cria alguns artifícios para uma continuação, mas não deixa vontade nenhuma de ver esse inevitável novo capítulo.



Assista ao trailer abaixo:


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