quarta-feira, 20 de março de 2024

KUNG FU PANDA 4 – a hora certa de passar o bastão? | CRÍTICA


Toda a vez em que uma série de filmes não se contenta em permanecer na harmonia de uma só trilogia, os fãs de longa data tratam de temer pelo futuro daquelas histórias que prezam (com carinho maior do que deveriam dedicar), ainda mais quando decisões narrativas como as de Toy Story 4 ou Shrek Para Sempre, no caso da Dreamworks, se tornam amargas até demais para o público. Se reboots quase sempre não são soluções de sucesso, manter a jornada em andamento é o caminho ideal para que Kung Fu Panda 4 continue divertindo como faz desde 2008, entregando agora um episódio mais sucinto.

A animação dirigida por Mike Mitchell (Uma Aventura LEGO 2, Trolls) não dá trégua para o Vale da Paz e para o Dragão Guerreiro mesmo. Não bastasse a incumbência dada pelo Mestre Shifu em encontrar um sucessor, Po (Jack Black/Lúcio Mauro Filho) agora precisa lidar com a raposa ladra Zhen e uma ameaça menos pessoal do que antes, mas igualmente perigosa: uma vilã com a voz original de Viola Davis (e Taís Araújo no Brasil) que, ao contrário do esperado, utiliza a magia para fazer suas maldades e também se tornar habilidosa nas artes marciais, ainda que sob o pretexto clichê de dominação total.

(© Dreamworks Animation/Universal Pictures/Divulgação)


Sem os mestres guerreiros como apoio (o que pode desapontar alguns), a narrativa pode, finalmente, se dedicar ao amadurecimento de Po sem reprisá-lo como o protagonista atrapalhadão (algo que já estava em andamento no filme anterior e que, agora, fica a cargo dos dois pais como alívio cômico), algo que favorece as sequências de ação conciliadas com um bom humor que também repercute na trilha sonora de Hans Zimmer e Steve Mazzaro. A sequência na cidade ao som de um cover instrumental de "Crazy Train" é muito engraçada!

(© Dreamworks Animation/Universal Pictures/Divulgação)


Assim como Gato de Botas 2: O Último Pedido conciliou uma narrativa emocionante com uma estética revigorada, Kung Fu Panda 4 agora investe em combates mais estilizados que destacam mais pelo seu apelo gamer ao invés dos traços épicos de seu antecessor, com direito a viradas de ângulos das câmeras e até mesmo a divisão de telas com cores contrastantes mostrando Po e cada adversário que vem a enfrentar ou ainda fundos coloridos com os personagens em poses de ação como os animes deixaram marca.

Certeiro em ser mais episódico do que uma despedida, além de atiçar a vontade de comida chinesa, o filme é serve como uma boa entrada para as gerações mais novas que vão poder curtir a franquia no cinema e não desaponta quem não perdeu nenhuma das aventuras de Po e turma.




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