quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

ARGYLLE - O SUPERESPIÃO ...espere mais por diversão | CRÍTICA

Bryce Dallas Howard é Ellie Conway em ARGYLLE (© Universal Pictures)


Convenhamos: Matthew Vaughn tem uma condução virtuosa para filmes de ação, ainda mais se formos levar em conta seus títulos mais famosos, vide Kick-Ass, X-Men: Primeira Classe e, talvez a sua franquia mais efêmera, Kingsman com toda a sua pancadaria que marcou época antes mesmo de John Wick cair no gosto do povo. Em uma época em que títulos de espionagem continuam em alta graças aos desempenhos dos últimos Missão: Impossível e 007, ter um diferencial se faz uma decisão certa quando é preciso competir pela atenção do público, mas será que os maneirismos do cineasta bastam?


Metalinguagem é a aposta de Vaughn e do roteirista Jason Fuchs (Mulher-Maravilha) para que Argylle nos envolva em uma trama de espionagem repleta das reviravoltas ao som da trilha sonora de Lorne Balfe (dos dois últimos Missão: Impossível, vejam só!) ao contar as aventuras do agente vivido por Henry Cavill narrados pela escritora Elly Conway (Bryce Dallas Howard), mas de onde vem tanto conhecimento na área? Por que há, de repente, assassinos surgindo em trens e outros lugares que ela vem a passar? Dá pra confiar no papo desse salvador de nome Aidan (Sam Rockwell)?

Sam Rockwell e Bryce Dallas Howard em ARGYLLE, dirigido por Matthew Vaughn (© Universal Pictures)
(© Universal Pictures/Divulgação)


A verdade é que não podemos esperar de Argylle uma jornada de seriedade épica cujas cenas de ação são feitas na raça tal como Tom Cruise ou a turma de Chad Stahelski praticamente delimitaram como patamar pro gênero – nem uma participação maior ou música da Dua Lipa tem aqui. O absurdo dos incidentes serve justamente para divertir e não há o que se esforçar pra entender que Richard E. Grant ou Bryan Cranston são vilões, mas é curioso como Vaughn tenta encontrar uma oportunidade para entregar outra cena memorável feito o violento plano-sequência do primeiro Kingsman


Bryan Cranston em ARGYLLE, dirigido por Matthew Vaughn (© Universal Pictures)
(© Universal Pictures/Divulgação)


De certa forma, ele consegue, mas o resultado pende mais pra uma entrega nível Marvel Studios (acho que vocês entendem o que isso significa...) do que uma proeza técnica prestes a ser a próxima tendência cinematográfica. É uma patinada que não deixa de ser engraçada justamente por causa do seu excesso. Até mesmo o clímax num navio com um céu vespertino bonito a la Titanic, carregado de músicas românticas escandalosas de gosto duvidoso (com exceção para a "inédita" 'Now and Then', dos Beatles), reitera a graça pela breguice proposital.


Henry Cavill, Dua Lipa e John Cena em ARGYLLE, dirigido por Matthew Vaughn (© Universal Pictures)
(© Universal Pictures/Divulgação)


Ridiculamente funcional para quem busca entretenimento, foi a primeira vez que gostei de Sam Rockwell em um filme, fora que é tão bom ver de novo Bryce Dallas Howard (tirando os saltos) e assumindo o protagonismo sem vacilar feito uma Gal Gadot, sem contar que a presença John Cena se tornou meio que um programa imperdível. Artificialidades à parte, vale a armação.




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