quarta-feira, 12 de outubro de 2022

HALLOWEEN ENDS – todo Halloween tem seu fim | CRÍTICA

 


Ao reciclar ideias de Halloween 2, novo e último filme da trilogia de David Gordon Green propõe traumas como causadores da violência e do mal.

Após uma retomada necessária na franquia com Halloween (2018), os fãs da franquia acreditavam em um bom caminho para as “aventuras” de Michael Myers, dessa vez com um diretor que ganhou fama na comédia e produzido pela Blumhouse. O hype se manteve até a bomba Halloween Kills, lançado no ano passado. As declarações dos produtores de que ainda não sabiam qual seria o final desse terceiro capítulo deixaram ainda mais pessoas com o pé atrás e não era para menos, todo o material de divulgação estava bem estranho.

O filme se passa quatro anos após Halloween Kills, pois desde aquela noite Michael Myers não foi mais visto e a cidade de Haddonfield passa a se chocar com a morte acidental de uma criança causada por Corey (Rohan Campbell), um adolescente traumatizado que agora vive o julgamento de toda a comunidade acerca de seus atos.

O personagem Corey é praticamente o protagonista do filme, pois é sob a perspectiva dele que acompanhamos a trama desde o início e aqui já temos um grande porém, o ator não é tão bom e a proximidade que ele tem com Laurie (Jamie Lee Curtis) e Alysson, sua neta (Andi Matichak) é muito apressada, ao ponto do romance ficar caricato em certos momentos. Mas Halloween não é sobre isso e sim sobre mortes e sobre o mistério acerca de Michael Myers


 Essa é com certeza a minha franquia slasher favorita, onde até nos pontos mais baixos como os filmes de Rob Zombie eu ainda acho algo que me entretém, mas o filme anterior é inexplicável em tantos níveis que faz dessa conclusão um alento, porque aqui é divertido e flerta com algumas escolhas que iriam desagradar os fãs, mas voltam para o caminho certo antes de dar errado.

O plot de investigação agora é baseado na construção do mal e o questionamento de que alguém é mal de nascença ou foi colocado naquela situação e cedeu para o lado errado? O filme explora as duas vertentes e traz alguns momentos bem violentos e até satisfatórios. Há uma cena em especial envolvendo uma língua que é sensacional e arranca até risadas de tão gore.

Além disso o filme tem um cuidado muito maior com a produção que a maioria dos irmãos do gênero. É importante, porém, salientar que grande parte do que há de mais interessante aqui é derivado do original ou de Halloween 2 (que eu adoro e acho muito injustiçado), seja a trilha sonora ou alguns subplots acerca da saúde mental de Laurie e como atribuem a culpa dos atos de Michael Myers à ela, como se em 1978 ela tivesse sido a responsável por despertar o mal desse ser que definitivamente não é humano.


 

O clímax tem alguns pontos de se fazer virar o olho, como personagens que chegam na hora errada, mortos que revivem para um último sprint e assim acabam ajudando ou até a humanização de Michael Myers, que nunca foi tão vulnerável quanto nesse filme. Mas eu digo novamente, essa franquia sempre foi assim e é a principal base para um dos subgêneros mais parodiados da história. O que encontramos aqui é uma forma simples de se entregar um slasher, sem querer criar grandes reviravoltas.

 O pacote completo é satisfatório e encaminha um final digno para essa trilogia, deixando muito claro que o segundo filme foi uma imposição do estúdio e um ponto fora da curva. Saí gostando do que vi e para uma franquia com mais de 10 filmes isso é um excelente elogio.

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