quinta-feira, 4 de agosto de 2022

TREM-BALA – desgovernado na ação | CRÍTICA


Entre erros e acertos, Trem-bala tenta criar uma nova franquia e, entre erros e acertos, traz um filme que poderia se destacar, mas a sensação é de que falta algo.

O filme conta a história do agente de codinome Joaninha (Brad Pitt), que após passar por um retiro espiritual recebe a missão de substituir um colega em uma missão de resgate de uma maleta no trem-bala que liga Tóquio a Kyoto. No meio do caminho ele vai encontrar vários mercenários que buscam objetivos que estão ligados a esta maleta.

Dirigido por David Leitch (Atômica, Deadpool 2), um dos responsáveis por John Wick, franquia que definiu o cinema de ação na década de 2010. Leitch tem um passado como dublê que garantiu aos filmes em que é envolvido uma carga de sequências de ação mais inventivas e bem coreografadas que os milhares de cortes que se popularizaram até então.

O filme tem pouco mais de 2 horas e traz muitas cenas de luta em espaço reduzido, com muitos momentos criativos, o que é definitivamente o ponto alto do filme, que desenvolve cada mercenário como um personagem muito caricatural, quase como um arquétipo, o que também deixa muito divertido, muito por conta do grande elenco, que parece ter se divertido muito ao fazer esse filme.

O que não deixa o filme ser um dos grandes blockbusters da temporada é um problema que tem assolado a maioria dos grandes lançamentos, a inexplicável duração excessiva, pois mesmo após várias e várias deixas para o final, o filme ainda continua e a diversão passa a ser morosa. Outro problema é o timing cômico, que o filme tenta colocar uma piada por minuto, das quais poucas realmente são boas.

Trem-bala não oferece nada muito novo ou profundo, mas isso nem é necessário, o problema é quando tenta buscar uma dramaticidade forçada e acaba sendo até vergonhoso. Nesse meio do caminho, há muita diversão, mas também um excesso para além do ritmo frenético que é só cansativo. Acredito que se o filme seria muito melhor sucedido se tivesse 100 minutos, duração padrão dos filmes de ação nos anos 80-90.

A nota final é acima da média, justamente pela criatividade aplicada nos personagens, que desperta uma curiosidade em mim sobre como seria sequência, que pode ser até mais divertida e coesa que o original.



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