quinta-feira, 15 de junho de 2017

Baywatch: S.O.S. Malibu | CRÍTICA


Quase 20 anos depois, os corpos sarados e as câmeras lentas duvidosas retornam ainda mais ostensivos. Baseado na série homônima, Baywatch: S.O.S. Malibu (ou simplesmente Baywatch, no original), dirigido por Seth Gordon, estreia sob o suporte de um marketing bastante poderoso, contando uma história mirabolante de perseguição que envolve uma equipe de salva-vidas e o tráfico de drogas flakka em Malibu.

Numa quase tentativa de tirar sarro do material histórico inspirador, o filme acaba se perdendo – a inserção forçada de um plano de fundo superdramático e moralista enfraquece o potencial cômico da trama, que na verdade deveria reger o seu arco principal. Quando o faz, em situações quase – pobremente – metalinguísticas, funciona; que o diga Matt Brody (Zac Efron), “High School Musical (...), One Direction (...), Ken Malibu” e praticamente todas as suas personagens anteriores, que se resumem a um loiro marrento que não passa, pelo menos no início, de um rostinho bonito cujo sorrisinho resplandece prepotência.


O restante do elenco vai bem (sobretudo Priyanka Chopra como a vilã Victoria Leeds, que carrega em si todo o clima irreverente de diversão que o filme deveria ter como um todo), apoiado pelo carisma onipresente de Dwayne Johnson. Mas nem isso nem as participações relâmpago dos atores da série original, Pamela Anderson e David Hasselhoff, são suficientes para maquiar as falhas do filme: o roteiro deficiente e os efeitos especiais que mais parecem ter saído diretamente da última novela das sete do SBT – coincidentemente, talvez seja de lá também que tiraram a ideia moralista de ensinar o trabalho em equipe para crianças de vinte anos mal-educadas e egoístas.

No fim das contas, é sim um filme para rir – seja de nervoso ou mesmo pelas piadas em si, que desprezam o politicamente correto. A raiz do problema real do filme é simples de se identificar: está em se levar a sério demais um filme que exige o diametralmente oposto para funcionar. Por fim, a trilha sonora, embora orne bastante bem, às vezes é mero tapa-silêncio, o que revela um conhecimento bastante raso sobre o fazer cinematográfico – o que é corroborado pela mão pesada nas câmeras exagerada e às vezes ridiculamente lentas. Pra assistir sem pretensões, reles passatempo.



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