quarta-feira, 17 de maio de 2023

VELOZES E FURIOSOS 10 – uma grande mentirada | CRÍTICA

 

Franquia de ação ganha mais um episódio que promete animar os fãs e entediar os não fãs.

 

Velozes e Furiosos possui uma história curiosa através de mais de 20 anos de seus lançamentos. O primeiro capítulo, lançado em 2001, trazia Vin Diesel como o vilão e líder de uma gangue de ladrões de DVD automotivo. Ao longo da franquia houveram várias diversificações quanto ao tema e ao estilo que cada filme iria abordar. O segundo filme seria sobre a cultura do tunning, o terceiro sobre o drift e, a partir do quarto, a franquia ganharia os contornos básicos do que segue até hoje, com Dominic Toretto sendo um dos maiores personagens de filmes de ação do século XXI.

Hoje, é inegável que a saga é a mais lucrativa do cinema de ação atual e com uma certa distância de faturamento e popularidade para John Wick, Missão: Impossível e até mesmo 007. Os filmes conquistaram o direito de abdicar da verossimilhança e hoje o errado é quem critica a falta de leis da física ou a perícia milimétrica das manobras com os veículos, que já foram até para o espaço. Hoje em dia, com tantos nomes prezando pelo realismo, Velozes e Furiosos se comporta quase como um outsider nesse meio.

O problema, que até mesmo os fãs vêm percebendo, reside em uma camada de inchaço nos últimos filmes da franquia que vão para além do excesso. Os filmes estavam grandes demais e sem uma dose de criatividade nas cenas principais, o que fazia da diversão apenas mais um amontoado de explosões, porém com a sensação episódica de que haverá um novo filme a cada dois anos, ninguém de fato se importa em ver um filme fraco desse universo.

O décimo filme da franquia conta a história de vingança de Dante Reyes (Jason Momoa), o filho do dono do icônico cofre que é roubado e arrastado pelas ruas do Rio de Janeiro em Velozes 5.

 
 
O filme serve de resgate para absolutamente todos os personagens da franquia, como uma forma de homenagem ao próprio elenco, que tirando um ou outro nunca se firmou de verdade no cinema. Roman (Tyrese Gibson) deve agradecer todos os dias por ter assinado aquele contrato.

A trama é cheia de pequenas reviravoltas clichês que todos sabem onde vão parar, porém se há um destaque no filme é Jason Momoa, ele faz talvez o melhor vilão da franquia, muito mais ameaçador que qualquer outro e com recursos infinitos, que estão sempre um passo a frente do restante dos personagens. Desde pequenos traços de maldade ao ameaçar de maneira fria um personagem até rir de pequenas psicopatias que comete. No entanto, as sequencias de ação parecem ter sofrido um desgaste muito grande, onde nenhuma é realmente memorável, até o fim, onde pela primeira vez você se pergunta se os personagens são realmente imortais e quais serão os caminhos para a sequência.



Talvez esse desgaste reflita que não existe criatividade no mundo que possa entregar 10 filmes no auge, mas também parece que a fórmula foi esbagaçada há tanto tempo que hoje a franquia Velozes é uma auto-paródia e que assim pode finalmente atingir um status no circuito. Não é de graça que o nono capítulo da franquia foi até exibido no festival de Cannes. Parece até aqueles filmes bregas que nunca foram reverenciados, mas que hoje a elite intelectual aprecia com um tom de prazer irônico.

Maçante, ridículo e fora da casinha poderiam ser adjetivos ruins para qualquer filme no mundo, porém, para Velozes e Furiosos 10, é um elogio. Um filme fraco como filme, mas bom como um filme de Velozes e Furiosos.

O que há de novo aqui e que poderia ser um spoiler, mas que foi revelado na CinemaCon é a continuação imediata, Fast X - Parte 2, o que explica o fim aberto desse capítulo.

 

Confira o trailer abaixo:



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