Na arte do escapismo, não há ferramenta melhor senão a fantasia e seu contorno dos conflitos mundanos que acalentam aqueles que a consomem. Títulos praticamente centenários ainda se fazem vívidos no imaginário popular em decorrência das tantas adaptações feitas ao longo das décadas em diversas mídias e, a partir do momento em que nos é apresentado uma fita chamada Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos, um resgate à velha fantasia do início do século XX soa mui convidativo a todos que já se empreenderam nos clássicos que abarcam os nomes destes personagens-título.
(© Imagem Filmes/Divulgação) |
Dirigido por Brenda Chapman, mais conhecida pelas animações Valente e Príncipe do Egito, Alice e Peter é um filme que quer falar muito, mas que se atrapalha demais em sua execução de tantos discursos. Há uma ponderação sobre a ascensão dos negros na sociedade inglesa, há subtramas familiares crescentes tal como uma progressiva adesão à melancolia. Dependendo do momento, dá vontade de parar de ver o filme pela metade, isso que nem é um filme tão comprido. A promessa do lúdico se perde mediante o emaranhado de tristezas acumuladas.
(© Imagem Filmes/Divulgação) |
Apesar de um design de produção riquíssimo da veterana Luciana Arrighi (Anna e o Rei, Retorno a Howard's End), Alice e Peter: Onde Nascem os Sonhos não diz muito a que veio, ainda mais quando Angelina Jolie parece tão deslocada em cena (ou talvez seja a sua presença que demande mais do pouco que o roteiro lhe oferece). As cenas que prestam homenagens aos momentos icônicos de "Alice no País das Maravilhas" e "Peter Pan" podem admirar até que bastante por sua beleza e execução passadas tantas releituras, só que isso não é o suficiente para nos tirar de imaginar como tal narrativa poderia ser melhor e, principalmente, reconfortante como se pede.
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