quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Tom & Jerry: O Filme | CRÍTICA


Por quanto tempo um personagem e suas franquias podem se manter vivas no imaginário popular? Dupla criadora de tantas histórias e personagens humanas e animalescas, William Hannah e Joseph Barbera divertiram gerações ao longo das décadas nas mais variadas das situações, mas é fato que boa parte de suas criações foram esquecidas ou cederam seu espaço para atrações de maior agrado para os mais novos.  Seguindo o lançamento do longa animado Scooby!, ainda que se arriscando no campo do live action com animação, Tom & Jerry: O Filme encontra no apreço de seus realizadores uma nova chance para firmar o legado de Hanna-Barbera na cultura pop. 

Cineasta habilidoso na mescla de ação com comédia, Tim Story (Quarteto Fantástico, Táxi) encontra na loucura ininterrupta de Nova York dos dias atuais a oportunidade repleta de conflitos para apresentar a dupla de gato e rato mais encrenqueira das telas. Longe do âmbito doméstico, Tom e Jerry passam fome e outros apertos, mas eles dão seus habituais jeitos de sobrevivência: o primeiro, se destaca como um bom músico de praça; o outro, só usurpa o sucesso do inimigo pra passar bem (o que só reforça a teoria popular de que o ratinho marrom sempre foi o vilão nas histórias). Sabendo da existência de um renomado hotel próximo ao Central Park, a dupla quer garantir as mordomias de sempre no recinto e esperam contar com a obstinada Kayla (Chloë Grace Moretz) para que isso se concretize, ainda que um extravagante casamento esteja marcado para acontecer ali dentro de alguns dias.

CHLOË GRACE MORETZ como Kayla, MICHAEL PEÑA como Terrance and ROB DELANEY como Mr. Dubros em  “TOM & JERRY”
Chloë Grace Moretz e Michael Peña são funcionários do hotel onde Tom e Jerry deixam um rastro de bagunça. (© Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Ainda que a técnica de misturar atores e cenários reais com personagens de feições cartunescas não seja coisa recente (vide Uma Cilada Para Roger Rabbit, Space Jam e Sonic: O Filme) e, por vezes, vista com receio justificado, Tom & Jerry: O Filme chama a atenção por não querer forçar um visual realista para seus protagonistas, optando, assim, pelos traços habituais em composição e pintura tridimensionais de todos os animais em cena – desde pombos a cachorros e até elefantes. Desprendida da verossimilhança, a liberdade criativa rende inúmeros conflitos engraçados onde gags clássicas como dedos presos na janela, dentes quebrados e orelhas que servem como portas conseguem se misturar bem à era dos aparelhos digitais ao passo em que as tramas dos humanos se destaca mais pela miscigenação do elenco.

(© Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Entretenimento divertido o suficiente para nos servir de escapismo nesses tempos de confinamento, Tom & Jerry pode parecer um filme lançado a esmo só pelo fato de seus personagens serem originários de outra época, embora seu estilo de humor pastelão que apela para a violência não difere muito do que presenciamos em Minions ou similares. Da sua câmera bem conduzida que bem insere a animação nas locações reais, o filme merece elogios por não se tornar dependente de referências para ser engraçado e por sair da toca para, quem sabe (e como se vê nas sombras), armar uma nova era para outros queridos personagens Hanna-Barbera nas telonas.  




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